De acordo com o Atlas da Violência 2017, foram registrados 3,9 mil homicídios por arma de fogo entre 2005 e 2015 em Mato Grosso do Sul, uma redução de 8,4% no período. No estado, o ano que mais houve morte provocada por armas de fogo foi 2009, quando o total foi de 429 óbitos.
Em relação a essa estatística, de acordo com relatório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) em parceria com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta segunda-feira (05), a taxa de homicídio por arma de fogo no estado passou de 15,2 em 2005 para 11,9 em 2015 – expressiva queda de 21,8%.
Também houve diminuição de 11,5% nesse tipo de ocorrência somente entre 2014 e 2015, quando foram registradas 357 e 316 mortes, respectivamente.
No Brasil, o uso da arma de fogo como instrumento para perpetrar homicídios somou 41.817 somente em 2015 (25,1% maior que o de 2005). Esse total correspondeu a 71,9% do total de casos.
Os estados em que a violência mais tem crescido nos últimos dez anos têm taxas bem maiores, sendo que em Alagoas, 84,4% dos homicídios foram cometidos com armas de fogo; no Ceará, foram 81,5%; na Paraíba, 83,1%; e em Sergipe, 85,1%.
Incidentes por intervenção policial – A pesquisa também indica uma frequente notificação de casos envolvendo letalidade policial, analisando duas variações. Umas delas por números do SIM na categoria “intervenções legais e operações de guerra” e outra por números reunidos pelo FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública).
Em Mato Grosso do Sul, entre 2014 e 2015, foram registradas 132 mortes decorrentes de intervenção policial pelo SIM. Com homens em serviço, foram 80 em 2014 e 40 em 2015. Fora de serviço foram 7 homicídios em 2014 e 5 em 2015.
Já pelo FBSP, foram 3 mortes em 2005, com picos de 10 incidentes em 2007 e 2010, e 7 em 2015.
Nessa categoria, o estudo faz uma crítica: “De fato, como se pode observar, o número de incidentes de mortes decorrentes de intervenção policial já ultrapassou o de latrocínio, o que demonstra que práticas letais de agentes estatais não configuram um desvio individual de conduta, mas sim um padrão institucional de uso da força pelas polícias”, concluem os pesquisadores.
Os estados que mais registraram homicídios desse tipo pelo SIM em 2015 foram Rio de Janeiro (281), São Paulo (277) e Bahia (225). Pelos dados do FBSP, foram registrados em São Paulo 848 mortes decorrentes de intervenção policial, 645 no Rio de Janeiro e 299 na Bahia.