Ao visitar na noite de ontem (01/02) o presidente da Fiems, Sérgio Longen, no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande (MS), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual Junior Mochi (PMDB), assegurou que o pacote de medidas do Governo do Estado, que, entre outros pontos, prevê a revisão dos incentivos fiscais para a indústrias de Mato Grosso do Sul, só será votado após ouvidos e ponderados os pontos apresentados pelo setor industrial.
Presidente da Fiems e presidente da Assembleia Legislativa reunidos no Edifício Casa da Indústria (Foto: Divulgação) |
“De um lado, temos o Governo que precisa evitar que o Estado entre em colapso financeiro como aconteceu com outras Unidades da Federação. De outro, temos o setor industrial que não pode ver as suas atividades inviabilizadas. Acredito que uma discussão madura e sensata possibilitará o equilíbrio que dará ao Estado as condições mínimas necessárias para honrar seus compromissos e à Indústria o fortalecimento que fará com que Mato Grosso do Sul continue sendo o Estado que mais recebe investimentos da iniciativa privada”, esclareceu Junior Mochi.
Segundo o presidente da Assembleia Legislativa, a revisão dos incentivos fiscais é um ponto delicado da reforma, pois pode significar uma “quebra de contrato” junto às empresas que se instalaram no Estado graças a esses benefícios. “Ao mesmo tempo, o setor precisa entender a situação difícil pela qual o Estado passa. Nenhum empresário, nenhum cidadão quer que estejamos no rol dos Estados inadimplentes, que descumpre compromissos. Então cabe à Assembleia fazer o papel de pêndulo, buscando um ponto de equilíbrio entre Governo e indústria para que a balança não pese para um dos lados e prejudique o outro”, ponderou.
Para o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o governador Reinaldo Azambuja entende que a sociedade não aguenta mais pagar impostos, porém, quando o Estado revê os incentivos fiscais, automaticamente, está também revisando os impostos. “A primeira preocupação do setor industrial é que, caso o Governo do Estado realmente faça essa revisão da forma como está sendo comentada, vamos ter quebra de contratos, pois, muitas empresas vieram para Mato Grosso do Sul após assinarem um termo de acordo com o Governo, que ofereceu uma renúncia fiscal e, em contrapartida, as empresas teriam de gerar empregos”, detalhou.
Ele acrescenta que a revisão dos incentivos fiscais concedidos à indústria resultará em aumento do desemprego. “Nós temos nos reunido com o secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel, com o secretário estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, e também com o governador para encontrar uma forma como o setor produtivo pode contribuir com o Estado no aumento de receita. Mas, a nossa preocupação é que, com a criação desse Fundo Estadual de Estabilidade Fiscal, nós vamos ter, com certeza, aumento de impostos no Estado e, perdendo a competitividade, também vamos perder postos de trabalho”, alertou.
Sérgio Longen lembrou ainda que a indústria de Mato Grosso do Sul encerrou 2016 como uma das primeiras do setor a iniciar a recuperação com o aumento do número de empregos. “O município de Três Lagoas, por exemplo, foi a capital da indústria no País, registrando um saldo positivo de geração de empregos no setor. O motivo disso é porque as ações foram construídas para isso com a concessão dos incentivos fiscais, que fazem parte da captação de empresas para que possamos desenvolver o Estado e, com isso, gerarmos empregos”, reforçou.