Pertencente aos filhos do pecuarista José Carlos Bumlai, a Usina São Fernando, localizada em Dourados, a 233 km de Campo Grande, pode ser submetida a uma venda judicial nos próximos dias. É mais uma tentativa da empresa para sair da falência e pagar as dívidas, que somam R$ 1,1 bilhão.
De acordo com o jornal Valor Econômico, a São Fernando quer criar uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) para incluir a usina de Dourados e os ativos biológicos (lavoura de cana) e submetê-la à uma venda judicial, geralmente feita através de leilão.
A consultoria EXM Partners foi contratada pela São Fernando para levantar o valor dos ativos que podem ser colocados à venda, mas ainda não há previsão de quando o leilão pode ocorrer. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bumlai é um dos réus na Operação Lava Jato.
TJ negou mandado – Ainda de acordo com o jornal paulista, recentemente os desembargadores da 4ª Seção Cível do TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) negaram mandado de segurança que impedia a São Fernando de fazer assembleia geral de credores para tratar de seu plano de recuperação judicial.
O mandado foi apresentado por um dos principais credores da companhia, o BNP Paribas, e impediu que a assembleia marcada para 10 de março fosse realizada.
No pedido de liminar, o banco alegou que a usina não apresentou documentos contábeis e financeiros necessários para a análise de sua viabilidade econômica.
O mandado foi negado pelo juiz da 5ª Vara Cível de Dourados, Jonas Hass Silva Junior, que cuida dos processos de falência da São Fernando, mas o Paribas recorreu ao TJ-MS, onde também teve o pedido indeferido.
Com a decisão do tribunal, assim que for notificado da decisão dos desembargadores o juiz douradense poderá marcar uma nova data para a assembleia de credores.
Pedidos de falência – Além dos credores, entre eles o BNDES, a São Fernando já sofreu pedido de falência até da administradora judicial, a VC Consultoria e Perícia.
Ao Valor Econômico, Pedro Coutinho, sócio da VC Consultoria, avaliou que os desembargadores preferiram deixar com os credores a decisão sobre a situação da empresa. Entretanto, acredita que o plano de recuperação não será aceito na assembleia porque os bancos não estão propensos a aprovar as propostas em pauta.