Para combater a alta de preço do feijão no país e baixar o custo da venda nos mercados brasileiros, o presidente em exercício Michel Temer anunciou hoje (22), o aumento da importação do produto de países vizinhos do Mercosul, como Argentina, Paraguai e Bolívia.
O Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Blairo Maggi, ainda não descartou a possibilidade de que o cereal passe a ser importado também do México e China para que os preços não aumentem ainda mais.
Ele também garantiu que irá conversar com as principais redes de supermercado do país, que comprem o produto onde há maior oferta, e que assim, haja queda do preço final para o consumidor. “Tenho me envolvido nas negociações com os cerealistas, com os grandes supermercados, para que eles possam fugir do tradicional que se faz no Brasil, e ir diretamente à fonte onde tem esse produto e trazer. E, à medida que o produto vai chegando ao Brasil, nós temos certeza de que o preço cederá na medida em que o mercado for abastecido”, propôs, o ministro.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Feijão, a alta é resultado de problemas climáticos, principalmente no centro-oeste, que perdeu praticamente toda a safra. O aumento se deve à seca em grande parte dos estados que produzem o grão. Com isso, houve queda na oferta e, com o aumento da demanda, os preços acabaram subindo. Até maio deste ano, o preço do feijão subiu 33,49%. O acumulado dos últimos 12 meses chega a 41,62%.
O aumento de preços atinge o prato típico dos brasileiros, o feijão com arroz, e dificulta dificulta principalmente a vida dos consumidores de baixa renda, que, acuados pela recessão e pelo desemprego, cortam a compra de itens supérfluos no supermercado.
Em Campo Grande, o quilo do produto que antes custava em média R$ 5, agora chega a custar R$ 12,98. E quem precisa servir o produto todo dia, já enfrenta as dificuldades da alta, como a comerciante Valentina Aparecida Moreira, proprietária de um restaurante na Capital.
Segundo ela, a alta do feijão ainda não gerou prejuízos, mas contou que é preciso criar alternativas para isso. “Ainda não aumentei o preço das refeições, mas tentamos inovar no cardápio. No local, a refeição em seu comércio é vendida a R$ 10, e o valor deverá ser mantido: “Não tem como fazer o cliente pagar mais, o jeito é se virar nos 30”, amenizou.