A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou uma ameaça ao Brasil publicada em novembro em conta no Twitter vinculada a um membro do Estado Islâmico (EI) e intensificou o monitoramento de indivíduos que teriam jurado lealdade ao grupo extremista e poderiam agir dentro do País.
"A probabilidade de o país ser alvo de ataques terroristas foi elevada nos últimos meses, devido aos recentes eventos terroristas ocorridos em outros países e ao aumento do número de adesões de nacionais brasileiros à ideologia do Estado Islâmico", disse a Abin em nota enviada ao Estado.
Na quarta-feira (13), o diretor de Contraterrorismo da Abin, Luiz Alberto Sallaberry, participou no Rio de Janeiro da Feira Internacional de Segurança Pública e Corporativa (LAAD Security). Em sua apresentação sobre ameaças terroristas aos Jogos Olímpicos Rio 2016 ele descreveu Hauchard como "espécie de garoto-propaganda do Estado Islâmico".
Sallaberry também listou ações executadas pela agência para evitar possíveis ataques no País, "como intercâmbio de informações com serviços estrangeiros, capacitação de profissionais de setores estratégicos e trabalhos com órgãos integrantes do Sistema Brasileiro de Inteligência".
Lobos solitários
O diretor da Abin também afirmou que tem aumentado no Brasil a quantidade de pessoas que juram lealdade ao EI e estariam prontas para agir em nome do islã. "Quando uma pessoa faz o juramento ao califado e se torna autoproclamada ela está disposta a cometer qualquer atentado violento em nome do grupo. A ordem não precisa ser presencial, pode ser via internet", disse Sallaberry, de acordo com reportagem publicada pelo jornal "O Dia".
Sallaberry apresentou exemplos de materiais usados pelos indivíduos que juraram lealdade ao EI no Brasil, como bandeiras com inscrições em árabe e adornadas com o símbolo do grupo terrorista. "Posso dizer que são de origem salafista sunita, comunidade que está ligada ao EI. Não estou dizendo que vai acontecer um atentado. Estou dizendo que é a primeira vez que a probabilidade aumentou sobremaneira no nosso país."
Em novembro, ele havia alertado que as autoridades brasileiras consideram os chamados lobos solitários - que agem inspirados ou sob direção de algum grupo radical, mas sem a necessidade de uma célula terrorista ou outra organização formal - "a principal ameaça aos Jogos Olímpicos" que serão realizados no Rio em agosto.