O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), autorizou a licitação para obras de ampliação do Canal de Nova Avanhandava da Hidrovia Tietê-Paraná. A intervenção será em trecho paulista da hidrovia, que se estende até a divisa com Mato Grosso do Sul, alcançando os municípios de Três Lagoas e Selvíria. O investimento previsto é de R$ 289,6 milhões, que fazem parte do Programa de Modernização, cujo os recursos são do Estado de São Paulo e do Governo Federal.
Em Três Lagoas, a indústria de celulose Eldorado utiliza a hidrovia para transporte de sua produção. A obra beneficiará também o transporte de cargas de Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Paraná. A assinatura que autoriza a licitação ocorreu ontem (28) no Palácio dos Bandeirantes, com a presença do secretário das Cidades e Meio Ambiente de Goiás, Vilmar Rocha.
"Essa hidrovia é estratégica para o meio ambiente, porque tira caminhão da estrada, tinha óleo diesel e melhora a logística. Com isso, o custo de transporte chegar a ser 30% mais barato. Além disso, a hidrovia irá gerar competitividade, desenvolvimento e emprego", declarou o governador.
Em função da estiagem que provocou o baixo nível dos reservatórios, a hidrovia ficou fechada por quase dois anos, no trecho do Rio Tietê, entre o Km 99,5 do reservatório da Usina Hidrelétrica de Três Irmãos e a eclusa inferior de Nova Avanhandava, no município de Buritama (SP). O local foi reaberto em janeiro deste ano.
Obra
A intervenção no canal de navegação de Nova Avanhandava, no reservatório de Três Irmãos vai ampliar em 2,4 metros a sua profundidade em 10 quilômetros da hidrovia. A previsão é de que as obras sejam iniciadas em julho deste ano.
A empresa que vencer o certame será responsável pela execução dos serviços dentro do prazo de 29 meses. A metodologia construtiva empregada será por meio de escavação submersa (derrocamento) e a seco (céu aberto).
Conforme o governo paulista, a obra vai dar maior flexibilidade na operação das hidrelétricas de Três Irmãos e Ilha Solteira sem interferir na navegação, uma vez que as embarcações que navegam pela hidrovia compartilham o mesmo espaço físico das barragens das usinas hidroelétricas, construídas com o conceito de aproveitamento múltiplo das águas.
O Programa de Modernização da Hidrovia Tietê-Paraná prevê investimento total de R$ 1,5 bilhão, conforme convênio assinado entre o Governo de São Paulo e o Governo Federal, em 2011. Deste montante, R$ 900 milhões são da União e R$ 600 milhões do Tesouro do Estado.