Em mensagem de Páscoa, Francisco apela por fim da violência praticada por terroristas em vários países, como na Bélgica, e condena a rejeição de migrantes no momento em que a Europa enfrenta crise de refugiados.
O papa Francisco pediu neste domingo (27/03), em sua tradicional mensagem de Páscoa, que o mundo use as "armas do amor" para combater o mal da "violência cega e brutal" por trás dos ataques de Bruxelas, que deixaram 31 mortos e centenas de feridos.
Sob um forte esquema de segurança e diante de dezenas de milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, o pontífice, antes de sua tradicional bênção Urbi et Orbi (à cidade e ao mundo), falou ainda sobre violência, injustiça e as ameaças à paz em várias partes do planeta.
"Que o ressuscitado Jesus nos coloque próximos, nesta festa de Páscoa, das vítimas do terrorismo, essa cega e brutal forma de violência que segue derramando sangue em diferentes partes do mundo", afirmou Francisco do balcão central da Basílica de São Pedro.
O pontífice mencionou os recentes atentados terroristas na Bélgica, e ainda na Turquia, Nigéria, Chade, Camarões, Costa do Marfim e Iraque.
"Com as armas do amor, Deus derrotou o egoísmo e a morte", afirmou o líder de 1,2 bilhão de católicos espalhados pelo mundo do mesmo balcão em que apareceu na noite de 13 de março de 2014 após ser eleito como líder máximo da Igreja Católica.
O argentino, de 79 anos, instou as pessoas a canalizar a esperança da Páscoa para derrotar "o mal que parece influir sobre a vida de tantas pessoas".
O Santo Padre também falou contra a rejeição de migrantes e de refugiados, no momento em que a Europa enfrenta a maior crise migratória desde a Segunda Guerra Mundial.
"A mensagem de Páscoa de Cristo ressuscitado nos convida a não nos esquecermos daqueles homens e mulheres que estão à procura de um futuro melhor. Há uma onda cada vez maior de migrantes e refugiados que estão fugindo da guerra, da fome, da pobreza e da injustiça social", frisou.
"Muitas vezes, estes nossos irmãos e irmãs se encontram pelo caminho com a morte ou, em qualquer situação, com a rejeição dos que podem lhes oferecer as boas-vindas e assistência", acrescentou o pontífice.
Ele pediu, ainda, que a próxima reunião da Cúpula Mundial de Ajuda Humanitária, que será realizada em 26 e 27 de maio na Turquia, permita o desenvolvimento de políticas capazes de assistir e proteger as vítimas de conflitos, como também de outras situações de emergência, especialmente os mais vulneráveis e os que são perseguidos por motivos étnicos e religiosos.
O Papa se referiu também ao "longo conflito" na Síria, "com a sua triste marca de destruição, morte e atentado à lei humanitária", sublinhando, no entanto, a sua esperança em que as negociações de paz entre o governo e as forças da oposição possam terminar com sucesso.