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TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2024
15 de MARÇO de 2016 | Fonte: G1

Em um ano, nº de desempregados no Brasil cresce 27,4%

No quarto trimestre, desemprego subiu para 9%.
Taxa é a maior desde o início da pesquisa, em 2012 (Foto: Divulgação)

O desemprego fechou o ano passado com taxa média de 8,5%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – a maior desde o início da série da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), em 2012. Em 2014, a média anual de desemprego ficou em 6,8%.

 

No quarto trimestre, o desemprego ficou com 9%. No mesmo período de 2014, a taxa ficou em 6,5%. A taxa do período de outubro a dezembro também é a maior para um trimestre desde o início da pesquisa. A Pnad Contínua coleta informações em 211 mil domicílios em 3.464 municípios do país.

 

“Essas pessoas não estavam ocupadas, elas tomaram uma providência para conseguir trabalho”, afirmou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

 

2015 fechado

O IBGE estima em 8,6 milhões o número de desocupados no ano passado, uma alta de 27,4% em relação aos 6,7 milhões de 2014. Já a população ocupada ficou estável em 92,1 milhões.

 

A pesquisa mostrou ainda que houve queda cerca de 900 mil no número de empregados com carteira assinada no setor privado, passando de 36,6 milhões em 2014 para 35,7 milhões em 2015. Já o rendimento médio mensal se manteve praticamente estável, passando de R$ 1.947 para R$ 1.944, mesmo movimento da massa de rendimento real habitual, que passou de R$ 173.577 bilhões para R$ 173.570 bilhões.

 

Quarto trimestre

Os dados do período de outubro a dezembro mostram que o desemprego foi ficando mais intenso ao longo do ano. A taxa de 9% do último trimestre ficou acima dos 8,9% registrados nos três meses anteriores.

 

“Foi uma combinação de redução de população ocupada com aumento de população desocupada. Uma procura bastante expressiva [por trabalho]. Essa perda de ocupação acaba afetando a estrutura familiar, onde pessoas que estariam fora da força vão para o mercado para compor a perda do poder de compra”, diz Azeredo, do IBGE

“Estamos tendo nesse mercado uma redução dessa população ocupada, um aumento de população desocupada, um retorno para esse mercado de trabalhadores domésticos, consequência desse desarrumar desse cenário econômico”, afirmou.

 

A população desocupada alcançou 9,1 milhões no período – estatisticamente estável em relação aos três meses anteriores, mas uma alta de 40,8% em relação ao mesmo trimestre de 2014, e o equivalente a mais 2,6 milhões de pessoas nessa situação. É o maior crescimento dessa população na série, em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, segundo o IBGE.

 

O IBGE estimou em 92,3 milhões a população ocupada do país, uma queda de 600 mil pessoas em relação ao quarto trimestre de 2014. Desses, cerca de 35,4 milhões tinham carteira assinada no setor privado – número que representa uma queda de 3% frente ao mesmo período do ano anterior.

 

Já o rendimento médio real de todos os trabalhos foi estimado em R$ 1.913,00 – uma queda de 1,1% em relação ao trimestre anterior (R$ 1.935,00) e de 2% ante o quarto trimestre de 2014 (R$ 1.953,00).

 

CLT, servidores, domésticos

De acordo com a pesquisa, 72,1% da população ocupada no quarto trimestre de 2015 estava no setor privado. Outros 18% estavam no setor público, e 9,9% eram trabalhadores domésticos. Cerca de 77,9% dos empregados no setor privado tinham carteira de trabalho assinada.

 

Entre os trabalhadores domésticos, 33,3% tinham carteira de trabalho assinada no 4º trimestre de 2015, frente a 32,1% um ano antes.

 

No 4º trimestre de 2015, a população ocupada era composta por 68,3% de empregados, 4,3% de empregadores, 24,8% de pessoas que trabalharam por conta própria e 2,5% de trabalhadores familiares auxiliares.

 

“Consequência dessa queda que se tem nesse contingente de trabalhadores, de empregados, tanto com carteira como sem carteira. As pessoas quando perdem emprego muitas vezes recebem rescisão e vão para o próprio negócio. E muitas vezes esse negócio vai para a informalidade para que ela mantenha o poder de compra dela”, diz Azeredo.



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