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TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2024
20 de JANEIRO de 2016 | Fonte: O Estado de SP

FMI amplia pessimismo sobre PIB brasileiro

Relatório de perspectivas de outubro já apontava economia brasileira negativa em 1,0%; motivos são crise política e preços do petróleo
Com preço reduzido em 47% em 2015, petróleo deve sofrer retração de 17% neste ano e projeção de recuperação somente em 2017 (Foto: Divulgação)

O Fundo Monetário Internacional (FMI) anunciou ontem uma drástica redução nas previsões para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano e do próximo, que deve influenciar até mesmo a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic, do Comitê de Política Econômica (Copom) do Banco Central (BC). O relatório Perspectivas Econômicas Mundiais de janeiro aponta retrações de 3,5% no PIB neste ano e nulo em 2017, ante queda de 1,0% e alta de 2,3%, respectivamente, na previsão anunciada em outubro.


A manutenção da crise política e os desdobramentos da Operação Lava Jato, que investiga desvios de dinheiro da Petrobras, são apontados como fatores "não econômicos" que levam à persistência da crise nacional. Mais ainda, o Brasil é citado no relatório como um dos fatores que levam à redução de 0,2 ponto percentual na expectativa para o PIB mundial em 2016 e 2017, que passa a ser estimado em alta de 3,4% neste ano e de 3,6% no próximo.


No cenário global, também contribuíram para a piora nas previsões a desaceleração da atividade econômica na China, os efeitos da tendência de alta nas taxas de juros nos Estados Unidos e as menores cotações das commodities no mercado internacional, principalmente do petróleo, que afeta países do Oriente Médio e Rússia. A expectativa é que o gigante asiático cresça 6,3% neste ano e 6,0% no próximo. Para o petróleo, cujo preço já diminuiu 47,1% em 2015, a retração deve ser de 17,6% em 2016 e somente em 2017 deve voltar a recuperar valor, com alta de 14,9%.


A avaliação negativa do FMI para o País fez com que o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgasse nota na qual avaliou como significativas as revisões. "Todas as informações econômicas relevantes e disponíveis até a reunião do Copom são consideradas nas decisões do colegiado", citou. Para analistas, a declaração incomum em véspera de reuniões indica que o colegiado deve repensar a tendência de alta na Selic para manutenção em 14,25% ou alta de 0,25%, ante a até então previsão de 0,50%.


Crise política


A projeção do FMI de queda do PIB brasileiro de 3,5% neste ano mesmo depois da provável retração de 3,8% em 2015 não é exagerada, dizem os economistas. Com a queda de braço entre o governo Dilma Rousseff e a Câmara Federal, que ficou para ser resolvida apenas no fim do primeiro trimestre de 2016 com a decisão acerca do impeachment, o Brasil ficará em compasso de espera por um quarto do ano.



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