O emprego na indústria caiu pelo sétimo mês seguido. Em julho, o recuo foi de 0,7% na comparação com junho, segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta sexta-feira (18).
Na comparação com julho de 2014, o emprego industrial mostrou queda de 6,4%, 46º resultado negativo consecutivo nesse tipo de confronto e a maior queda desde julho de 2009 (-6,7%).
Nos sete primeiros meses do ano, o emprego nas fábricas brasileiras acumula baixa de 5,4% e, em 12 meses, de 4,9%.
Setores
Houve redução em 17 dos 18 ramos pesquisados na comparação com julho de 2014. As principais pressões negativas vieram de meios de transporte (-11,9%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-15,1%), máquinas e equipamentos (-9,1%), produtos de metal (-10,7%), alimentos e bebidas (-2,8%), outros produtos da indústria de transformação (-10,1%), borracha e plástico (-6,0%), calçados e couro (-7,5%), vestuário (-5,1%), metalurgia básica (-7,2%), minerais não-metálicos (-4,6%), produtos têxteis (-5,4%), papel e gráfica (-4,4%), indústrias extrativas (-4,7%) e madeira (-6%).
Por outro lado, o setor de produtos químicos (0,0%) foi o único que não mostrou resultado negativo no mês de julho. Já no acumulado dos sete meses, os 18 setores pesquisados mostraram taxas negativas.
Salários
O valor da folha de pagamento real dos trabalhadores da indústria recuou 1,8% em relação a junho, eliminando o avanço de 1,3% assinalado em junho, segundo o IBGE, influenciado tanto pelo setor extrativo (-22,3%), “que devolveu parte da expansão de 31,2% observada no mês anterior em função do pagamento de participação nos lucros e resultados em importante empresa do setor", como da indústria de transformação (-0,4%), apresentando taxa negativa pelo sétimo mês seguido.
Na comparação com julho de 2014, o valor da folha de pagamento real mostrou queda de 7%, 14ª taxa negativa consecutiva para o período. No índice acumulado para os sete meses de 2015, o valor da folha de pagamento real da indústria assinalou redução de 6,3%.
No acumulado nos últimos 12 meses, a redução de 5% em julho mostra o resultado negativo mais intenso desde outubro de 2003 (-5,2%) e a trajetória descendente iniciada em janeiro de 2014 (1,6%).
Horas pagas
Em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria recuou 1,2% sobre junho, quinta taxa negativa consecutiva, acumulando nesse período perda de 4,6%.
Na comparação com julho de 2014, o número de horas pagas caiu 7,2%, 26ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a mais intensa desde julho de 2009 (-7,3%).
Já no acumulado de janeiro a julho, houve recuo de 6%. E no acumulado nos últimos 12 meses, com queda de 5,5%, manteve a trajetória descendente iniciada em setembro de 2013 (-1%).
Produção
Pela segunda vez seguida no ano, a produção industrial nacional mostrou sinais de fraqueza. Em julho, na comparação com o mês anterior, a atividade fabril recuou 1,5%, segundo divulgou o IBGE no começo deste mês. A baixa é a maior desde dezembro de 2014. Já em relação a julho do ano passado, a queda foi ainda maior, de 8,9% - a mais intensa para julho desde 2009, nessa base de comparação.