Cruzar o Mato Grosso do Sul de carro pela BR-163 a partir do dia 14 de setembro vai custar R$ 55 a mais para os condutores. Autorizada pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), as nove praças de pedágio instaladas durante os 890 quilômetros de rodovia já funcionam de maneira experimental, com avisos de como serão feitas as cobranças, confira todos os valores no anexo abaixo.
A medida foi antecipada em um mês do prazo estipulado no cronograma da empresa, distribuído no ano passado.
Os valores também estão bem acima dos divulgados inicialmente, encarecendo a viagem significativamente. Para se ter uma ideia real da situação, em 2014 o valor previsto para se fazer o mesmo trajeto era de R$ 41, ou seja, R$ 14 a menos.
A justificativa da CCR MS Via, empresa que venceu o processo de concessão da BR-163 é de que o aumento ocorreu por conta de “uma série de compensações em função de alterações econômico-financeiras do contrato”.
Conforme a empresa, em maio de 2012, época em que ocorreu a chamada para o leilão da rodovia, a tarifa básica por 100km era de R$ 4,38 e em setembro de 2015, o preço foi reajustado para R$ 6,48. “Houve aumento de R$ 1,33 tendo como base no IPCA, R$ 0,12, compensação por investimentos fora de contrato e de R$ 0,66, pelas perdas provocadas pela Lei do Caminhoneiro (eixo suspenso)”.
TRAJETO CARO
Aqueles quem entram no Estado vindo do Sul do país terão a primeira praça já em Mundo Novo ao custo de R$ 4,70. Menos de 100km depois, em Itaquiraí, o valor sobe para R$ 6,40. Já em Caarapó e Rio Brilhante a concessionária cobrará R$ 6,50 em cada local.
O trajeto para quem corta o território sul-mato-grossense por esse caminho chega a metade em Campo Grande, onde o valor do pedágio para os veículos de passeio é o mais caro, R$ 7,20.
Seguindo viagem pela BR-163, o motorista paga R$ 5,60 em Jaraguari e 70 quilômetros depois volta a ter que pagar para trafegar, desta vez, R$ 5,50 em São Gabriel do Oeste. Prosseguindo a viagem rumo ao Norte mais uma parada em Rio Verde do Mato Grosso, R$ 7,20, e a última em Pedro Gomes, ao custo de R$ 5,40.
POR EIXO
O comparativo feito acima mostra a viagem em carros de passeio, onde os valores são menores. Para aqueles que trafegam em veículos pesados os custos acabam maiores. Um exemplo são as carretas de seis eixos, que terão variação entre R$ 28,20 e R$ 43,20 para transito pela rodovia. Para se atravessar Mato Grosso do Sul, o valor final será de R$ 330.
VAI PESAR NO BOLSO
Conforme mostrado pelo Dourados News, o início da cobrança do pedágio irá “pesar no bolso” de quem passa pela via constantemente, como no caso do enfermeiro Antônio Romário Rinques Martins, 46, que irá desembolsar mais de R$ 200 por mês para poder chegar ao trabalho, relembre aqui.
Ele sai de Dourados diariamente para trabalhar em Nova América, distrito de Caarapó. Preocupado, ele até encabeçou um abaixo assinado com pessoas que passarão pela situação.
Os valores também vão impactar nas mercadorias que chegam e saem no Estado. Para o assessor da presidência do Setlog-MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), Dorival Oliveira, os valores vão encarecer o frete em até 6%, acréscimo esse que deve ser repassado aos produtos.
“Vivemos num país extremamente rodoviário, então uma medida como essa tem impacto grande. Os produtos vão ser onerados ou então desvalorizados. Nós que trabalhamos com frete, temos a viagem de volta, em que o caminhão está vazio e esse custo do pedágio recai sobre a transportadora. Aí pode ter influência no preço do frete, pelo menos, 6% “logo de cara”. Tem os produtos que consumimos aqui e que vem de outros Estados. Estes também vão chegar mais caro e isso pode recair ao consumidor final”, afirmou na época.