A Sondagem Industrial, realizada em junho deste ano pelo Radar Industrial da Fiems junto às empresas sul-mato-grossenses, aponta que a atividade industrial segue fraca e sem perspectivas de expansão nos próximos meses. “Quando confrontado com o mês imediatamente anterior, junho de 2015 marcou o 13º resultado consecutivo sem crescimento da produção. Já na comparação contra o mesmo mês do ano anterior constata-se que o desempenho foi ainda mais fraco, com o índice de evolução marcando 39,1 contra 41,6 pontos”, destacou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende.
Ele acrescenta que, tanto em 2015 quanto em 2014, os resultados ficaram abaixo da linha indicativa de expansão, que é a partir dos 50 pontos. “A utilização da capacidade instalada também segue persistentemente abaixo do usual, sendo que, em junho, a ociosidade média em Mato Grosso do Sul atingiu 34%. O índice marcou 36,3 pontos em junho, queda de 5,7 pontos no comparativo com igual mês de 2014, mantendo o resultado muito abaixo do patamar considerado adequado para o período, que é alcançado quando o indicador se situa em torno dos 50 pontos”, explicou, completando que a utilização média da capacidade instalada nas indústrias pesquisadas foi de 66%.
Ezequiel Resende reforça que o industrial sul-mato-grossense se mostra pouco otimista com os próximos seis meses. “A expectativa em relação ao volume exportado foi a única variável que registrou avaliação positiva, ou seja, que ficou acima dos 50 pontos. Contudo, a demanda esperada por seus produtos, compra de matérias-primas e contratações seguem com avaliações negativas”, analisou, destacando que o empresário se mostrou insatisfeito com as condições financeiras da empresa no 2º trimestre de 2015.
Insatisfação
“De um modo geral, os empresários industriais se mostraram insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no segundo trimestre deste ano, com o indicador alcançando 34,2 pontos. Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, os indicadores alcançaram os 31,6 e 36,6 pontos, respectivamente. Por fim, vale ressaltar que valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação dos empresários em relação aos itens pesquisados”, apontou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.
Em Mato Grosso do Sul, no segundo trimestre de 2015, 62,3% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 59,1% dos empresários, enquanto a situação financeira geral da empresa foi considerada ruim por 56,7% dos respondentes. “71,0% responderam que houve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas”, completou Ezequiel Resende.
A Sondagem Industrial demonstra ainda que as principais dificuldades enfrentadas pelos industriais de Mato Grosso do Sul no 2º trimestre de 2015 foram a falta ou alto custo de energia, elevada carga tributária, demanda interna insuficiente e falta ou alto custo da matéria-prima foram os principais problemas apontados pelos industriais sul-mato-grossenses no segundo trimestre do ano. “Também chamam atenção a competição desleal (informalidade, contrabando, etc), a inadimplência dos clientes e a falta de capital de giro”, informou o coordenador.
ICEI e Intenção de Investimento
Já o Índice de Confiança do Empresário Industrial em Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) segue nos mais baixos patamares da série histórica com julho de 2015 sendo o 12º mês consecutivo com o índice inferior aos 50 pontos. “O ICEI marcou 38,5 pontos em julho. O resultado permanece abaixo da linha divisória dos 50 pontos, principalmente, pelo pessimismo apresentado em relação às atuais condições da economia brasileira, sendo a variável de pior desempenho, marcando somente 19,3 pontos. Por fim, na comparação com igual mês do ano passado, o índice apresenta queda de 11,9 pontos”, analisou Ezequiel Resende.
Em julho, para 95,2% dos respondentes as condições atuais da economia brasileira pioraram, enquanto no caso da economia estadual, na mesma comparação, a piora foi apontada por 85,3% dos participantes. Com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 67,8% dos respondentes, enquanto para 29% elas não se alteraram. Para os próximos seis meses, 61,3% dos respondentes mostraram-se pessimistas em relação à economia brasileira, enquanto no caso da economia estadual o pessimismo foi apontado por 50% dos participantes da pesquisa. Com relação ao desempenho da própria empresa, considerando os próximos seis meses, 30,7% dos respondentes mostraram-se pessimistas, patamar ainda próximo aos dos que acham que a situação permanecerá igual, que chegou a 38,7%.
Na média, a intenção de investimento do empresário industrial de Mato Grosso do Sul segue sem apresentar melhora. “O industrial sul-mato-grossense mostra–se pouco confiante em relação aos investimentos para os próximos seis meses. O indicador de intenção de investimento marcou 39,9 pontos em julho, recuo de 33,5% sobre igual mês do ano passado. Por fim, 64,5% dos respondentes disseram que não pretendem realizar investimentos nos próximos seis meses a partir de julho”, afirmou o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems.