A safra de cana-de- açúcar acabou em 31 de março, cumprindo as previsões feitas anteriormente pela Associação de Produtores de Bioenergia – Biosul e ainda teve uma surpresa, Mato Grosso do Sul passou a ser o quarto maior produtor de cana do Brasil, passando o estado do Paraná.
Os dados foram apresentados pelo presidente da entidade Roberto Hollanda, na solenidade de abertura de safra na ultima sexta-feira, 24, com a presença do governador Reinaldo Azambuja, em Angélica, no sul do Estado.
Durante a primeira metade da safra, parte da matéria-prima processada foi de cana ainda afetada pelas geadas de 2013, com baixa produtividade agrícola e industrial. Houveram também chuvas acima da média em junho, o que prejudicou a colheita. Por outro lado, o regime de chuvas também permitiu que algumas unidades estendessem a produção. Quando normalmente a maioria das unidades termina a safra em novembro, a maioria seguiu moendo e algumas estenderam o processamento até março.
22 unidades operaram neste período. A área de corte manteve-se quase igual, variou 1,78%, com 622 mil hectares. A área total de cana do MS é de cerca de 800 mil hectares.
As usinas de MS processaram 43,55 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um volume 4,95% maior que a safra anterior. O índice de crescimento é maior que o do Centro Sul, que recuou em 4,3%. Mato Grosso do Sul avança na produção, passando de quinto para quarto maior estado brasileiro na moagem de cana.
Na safra 2014/2015 foram produzidas 1,367 milhão de toneladas de açúcar, praticamente a mesma quantidade da safra anterior, ainda longe capacidade total, a unidades chegaram a produzir mais de 1,7 milhão na safra 2012/2013. A região Centro Sul involuiu 6,7%.
A produção de etanol superou a da safra passada em 10,1%, com o resultado de 2,457 bilhões de litros dos tipos anidro (624 milhões de litros) e hidratado (1,833 bilhão de litros).
O MS é um dos estados mais avançados no aproveitamento da biomassa da cana para conversão em bioeletricidade.
Foram exportados para o Sistema Integrado Nacional, 1.879GWH, quase 10% do que o setor performa no Brasil inteiro, com um crescimento de 23% na safra 2014/2015.
Expectativas para a safra 2015/2016
A previsão da Safra 2015/2016 indica uma disponibilidade de 50,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um aumento de 15,27% com relação à safra anterior.
Vale ressalvar que esse volume depende de clima para ser atingido.
E a cana também estará melhor, a safra passada foi de recuperação, de cuidar de um canavial prejudicado pelo clima. Esses resultados devem aparecer agora.
A Biosul prevê um resultado agrícola de 74,36 toneladas de cana por hectare, um aumento de 6,35%.
Na produtividade industrial, também se espera aumento, com maior teor de sacarose na cana da nova safra, passando de 128,6 quilos de ATR/TC (açúcares totais recuperáveis por tonelada de cana) para 133,95 quilos de ATR/TC, aumento de 4,16%.
Com o aumento da produtividade, o crescimento da área de corte se dá em menor proporção, podendo chegar a 675,1 mil hectares. Crescimento de 8,38%.
A produção de açúcar, prejudicada nas duas safras anteriores por conta das geadas, que impactaram no teor de sacarose da cana do Estado, deve recuperar, com um resultado esperado de 1,67 milhão toneladas, aumento de 22,55%.
A produção de etanol deve crescer 18,92%, chegando a 2,922 bilhões de litros, sendo 2,018 para etanol hidratado e 904 milhões de litros para o etanol anidro.
Os produtores do MS continuarão destinando a maior parte de sua produção para o etanol, 73%. Na cogeração de bioeletricidade, o excedente exportado deverá chegar a 2.405 GWH 27,99% a mais que a safra passada. Esse aumento deve-se à retomada de produtividade em áreas que haviam sido mais afetadas e que concentravam grandes exportadoras de bioeletricidade, bem como de investimentos em aumento de capacidade de cogeração.
Segundo Roberto Hollanda, “esperamos que o clima ajude e MS tenha uma safra muito melhor que as anteriores e se consolide a recuperação do setor no Brasil.”