Mesmo depois da reunião frustrada entre representantes de sindicatos de caminhoneiros de vários Estados brasileiros e o governo federal, na última quarta-feira (22) em Brasília, os profissionais de Mato Grosso do Sul declararam que não vão aderir à greve que já bloqueia rodovias pelo país.
Desta forma, o Sindicam – MS (Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul), declarou que os Estados de Mato Grosso, Bahia, Ceará e São Paulo já estão sofrendo com a greve.
De acordo com o presidente do Sindicam – MS, Osny Bellinati, uma paralisação não resolveria o problema. “Além de não adiantar nada fazermos uma greve, deixaríamos de lucrar, pois estaremos parados, sem trabalhar. A última greve que fizemos deu pra sentir que dificilmente seremos atendidos, por isso, decidimos partir para negociações diretamente com as empresas transportadoras”, explica.
Bellinati conta que a classe de caminhoneiros briga para que o valor repassado pelas grandes empresas aos caminhoneiros seja justo. “Se as empresas repassam um serviço que custa, por exemplo, R$ 145,00, elas ficam com R$ 45,00 sem fazer nada. Enquanto isso, o motorista que faz todo o serviço ganha somente R$ 100,00. Por isso estamos negociando, individualmente, com todas essas empresas, pois sabemos que o governo não vai nos ajudar em nada”, reclama.
O Sindicam explica que a reivindicação da classe de trabalhadores não é reduzir o ICMS (Imposto relativo à Circulação de mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal) e, como consequência, o valor do óleo diesel como foi divulgado na última greve. “O que nós queremos é justiça neste valor repassado aos caminhoneiros”, destaca.
Por fim, outra possível solução para o impasse, segundo Bellinati, seria a criação, por parte dos governantes, de uma central que administra e repassa o transporte em Mato Grosso do Sul, ou seja, um balizador de frete. “O governo sabe quem transporta e quem não transporta. Com isso, o valor do frete chegaria ao caminhoneiro de forma justa”, termina.