Enquanto as 2,4 mil vagas existentes no Centro de Campo Grande há muito tempo não atendem à demanda dos motoristas, os estacionamentos aumentam gradativamente os preços para conseguirem se manter abertos. Só neste mês, o valor teve aumento de 20% e a hora custa até R$ 6.
Tendo em vista a falta de espaço para se deixar o carro na rua, esses estabelecimentos tornaram-se um "mal necessário", na opinião de Charles Massoud, gerente de um deles.
Segundo Massoud, as desvantagens de deixar o carro na rua são muitas, o que tornam as vagas particulares mais atraentes aos consumidores. “Faltam vagas lá fora e tem risco de multa, de alguém bater no veículo e ir embora, de roubarem”, relata.
Atualmente, ficar durante uma hora completa no local em que ele gerencia irá custar ao condutor R$ 6, preço médio observado pelo Campo Grande News na Dom Aquino entre 14 de Julho e Calógeras. Quem fica menos, paga menos. São R$ 3 iniciais mais R$ 1 a cada 15 minutos.
Massoud não nega que há clientes que reclamam do valor, mas diz que não há como fazer diferente, senão ele iria "quebrar". “Se o cara entrasse, ficasse 15 minutos e pagasse R$ 1, eu teria prejuízo”, relata.
Até a semana passada, o estacionamento em que o manobrista Paulo Soares, 47 anos, trabalha, cobrava o valor de R$ 5 a hora cheia. Recentemente o estabelecimento também começou a fracionar da mesma forma que o anterior e agora, os condutores pagam R$ 6.
No local, cujo o diferencial é a cobertura, a quantidade de vagas nem sempre é suficiente. “Lota o Centro inteiro. O pessoal não acha vaga e às vezes nós temos que estar dispensando porque enche”, diz.
Leila Mamede, 59 anos, administra um estacionamento junto com o filho. Ela cobra apenas a hora cheia e prevê aumento quando começar a valer a obrigatoriedade do fracionamento. “Ficaria R$ 6 até o fim do ano que vem”, diz. “Sendo fracionado, vai ter que ser diferente”.
O que dizem os clientes – A vendedora Francine Costa, 31 anos, acha justa a quantia cobrada pelos estabelecimentos, tendo em vista a segurança que oferecem aos clientes. “Não tem lugar para estacionar hoje em dia no centro”.
Já a engenheira agrônoma Elise Galvão considera o serviço caro. “Eu considero um valor alto, mas se for comparar, é mais seguro”, pondera. “Eu já acho que é pouca a quantidade de vagas. Eu prefiro evitar o centro devido ao fluxo”, afirma.