Para reverter a desvantagem na disputa pela presidência do Senado Federal em relação ao senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) vai intensificar o “corpo a corpo” nos próximos dias e defender um Senado mais democrático na definição da pauta de votações.
De acordo com placar do Estadão, Pacheco tem 33 votos públicos e Tebet aparece com 27 votos. A eleição vai ser na segunda-feira, dia 1 de fevereiro.
Para se eleger são necessários 41 votos, por isso os 18 parlamentares que não responderam à pesquisa do Estadão – a eleição é secreta – podem definir a disputa para qualquer um dos lados. Os outros dois candidatos são Major Olímpio (PSL-SP) e Jorge Kajuru (Cidadania-GO), mas que tem pouca expressão.
Neste placar, Simonet Tebet tem uma vantagem sobre Pacheco no quesito fidelidade partidária. Dos 28 senadores que integram os partidos fechados oficialmente com ela, 23 já declaram que a apoiam. Enquanto que Pacheco tem 30 dos 41 parlamentares cujas bancadas anunciaram apoio a ele. O PSDB e o Partido Rede liberaram suas bancadas.
INDEPENDÊNCIA
Com um discurso de independência, mas não de oposição ao governo federal, Simone tem assumido posturas e críticas mais firmes à gestão do presidente Jair Bolsonaro, mas declarou que o momento não é oportuno para um impeachment.
A estratégia foi adotada como forma de se contrapor a Pacheco, defendido também pelo atual presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que é aliado do governo Bolsonaro.
Nesta reta final, para conquistar os votos necessários à sua eleição, a senadora afirmou que “estou intensificando o contato com os colegas. Cheguei em Brasília ontem [segunda-feira] e ficarei direto até o dia das eleições”.
Explicando que no “domingo à noite, encaminhei uma carta com minhas propostas de campanha a todos os senadores. Ao meu lado, tenho a defesa das instituições independentes e harmônicas, a democratização dos procedimentos da Casa na elaboração da pauta, com a retomada das reuniões do Colégio de Líderes, e um espaço maior para acatar as demandas da bancada feminina”.
BANCADA FEMININA
Tebet ressaltou que a pauta da bancada feminina vai ter espaço.
“Queremos que os projetos de interesses das mulheres sejam votados ao longo de todo o ano, e não apenas em março, no Dia Internacional da Mulher, ou em agosto, quando comemoramos o aniversário da Lei Maria da Penha. Algumas senadoras não podem votar em mim por compromissos partidários, como é o caso da que integra o partido do meu adversário”.
A senadora enfatiza que “estou esperançosa na reversão dos votos em meu favor. Prefiro acreditar que o diálogo republicano prevaleça sobre as investidas do governo federal na campanha interna do Senado. Um Congresso Nacional autônomo é fundamental para o fortalecimento da democracia”.
Já Pacheco afirmou que “essa última semana vai ser de trabalho, conversas, apresentação de propostas a senadores e senadoras daquilo que a gente pensa para o Senado Federal”.
Ele garantiu que o diálogo entre os senadores também será uma prioridade da gestão dele e que as opiniões pessoais não serão impostas sobre a vontade do Senado.
Até mesmo para a vice-presidência, ainda não definida, o senador pretende “compatibilizar o máximo possível a regra da proporcionalidade. É minha intenção nós termos a participação de todos os partidos políticos”, enfatizou.