O resgate de todas as vítimas da tragédia ocorrida no dia 24, quando o barco-hotel ‘Sonho do Pantanal’ naufragou no rio Paraguai, em Porto Murtinho, se tornou ‘dramático’. Ontem, autoridades brasileiras e paraguaias decidiram, por motivos de segurança, suspender o trabalho de mergulhadores, após a embarcação afundar mais seis metros e ficar de casco para cima.
De acordo com o major do Corpo de Bombeiros Alexssander dos Santos Trindade, que comanda a operação junto de autoridades paraguaias, a situação “instável” do barco oferta um risco “acima do aceitável” para a continuidade do trabalho dos mergulhadores.
“Desde o início, quando o barco estava a 17 metros de profundidade e inclinado, não virado, já havia risco. Mas, agora há um risco acima do aceitável que nos obrigou a interromper o trabalho debaixo d’água”, explicou o militar. A embarcação está agora a 23 metros de profundidade.
Em reunião realizada ontem, além desta decisão, ficou definido também que o próximo passo agora é retirar a embarcação do fundo do rio, já que a principal hipótese é de que os três desaparecidos – dois turistas brasileiros e um tripulante paraguaio – tenham ficado presos dentro do barco, assim como a maioria das 11 pessoas que já tiveram seus corpos resgatados.
“É importante dizer que além da embarcação ser paraguaia, a parte em que o barco naufragou no rio é também de responsabilidade paraguaia, então tudo que for definido nesse sentido é por autoridade paraguaia. Há uma empresa paraguaia capacitada para fazer este serviço, e agora eles que irão definir como isso vai acontecer. Até lá, as buscas continuam por terra e na superfície”, finalizou Trindade.
Mortos identificados
No acidente, 26 pessoas estavam no barco-hotel, retornando de uma pescaria, quando foram surpreendidas por uma rajada de vento de mais de 90 km/h que acabou fazendo o barco virar. 12 se salvaram, 11 morreram, e três estão desaparecidos. Dos mortos, apenas nove foram identificados pela Polícia Civil até o momento por meio de impressões digitais. São eles: Sidnei Romano, Antônio Moacir Pontelo, Leandro Donizette Alves, Marcos de Aguiar Luz, Eloi Evilacio Muller, Paulo Aparecido da Silva, Manoel Coelho Siena, Lucas Vagner Orlando e Pedro Alves Borges. Todos eram turistas do Estado do Paraná.
Estado de Emergência
Na sexta-feira, dia 26, a prefeitura de Porto Murtinho decretou oficialmente estado de emergência. No entanto, ainda não foi divulgado o valor do prejuízo causado pela passagem do vento de mais de 90km/h que além do acidente envolvendo o barco-hotel, deixou um rastro de destruição na cidade, destelhando casas, derrubando árvores, e provocando outros danos.