A solidariedade de mais de 700 voluntários de rede coordenada pelo Senai Nacional fez a diferença na vida de milhares pessoas em todo o Brasil. Desde o início da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) no País, 2.009 mil respiradores pulmonares já foram consertados gratuitamente e devolvidos a instituições de saúde em 24 Estados e no Distrito Federal.
Em Mato Grosso do Sul, já foram entregues 78 aparelhos dos 89 recuperados para unidades de saúde de 18 municípios e a estimativa é cada equipamento possa salvar até dez vidas durante seu prazo de utilização. Os aparelhos, importantes no tratamento de doentes graves da Covid-19, estavam sem uso e foram restaurados graças à união de 28 instituições e empresas.
Desde 30 de março, quando a “Iniciativa + Manutenção de Respiradores” passou a trabalhar, foram recebidos em todo o Brasil 3.989 respiradores, dos quais 951 estão em manutenção e 173 passam por calibração, última etapa antes da devolução ao serviço de saúde. A maioria dos equipamentos restaurados precisava de novas peças para voltar a operar e, em Mato Grosso do Sul, 11 aparelhos ainda estão sendo calibrados para depois serem entregues aos hospitais, totalizando 89.
Além disso, no Estado, o Senai adaptou uma estrutura composta por unidades móveis para que o trabalho de manutenção fosse possível de forma segura para todos os colaboradores. Para isso, teve uma separação entre espaços destinados ao recebimento dos respiradores e também para higienização dos equipamentos para só depois serem encaminhados para a manutenção.
O apoio da Energisa nessa ação também foi fundamental no trabalho de logística, buscando os respiradores estragados nos municípios e levando até à oficina adaptada do Senai em Campo Grande (MS). A concessionária de energia ainda ajudou nos custos do processo de calibração dos equipamentos, etapa essencial para que eles pudessem ser devolvidos aos hospitais em plena condição de uso. Ao todo, foram investidos na operação R$ 501.462,68, sendo R$ 100.320,00 de contrapartida da Energisa.
Segundo o presidente da Fiems, Sérgio Longen, o Senai já tem uma expertise de mais de 70 anos na área de manutenção e esse é o momento de colocar suas capacidades à disposição para ajudar no combate a essa crise. “A instituição está se mobilizando, assim como as outras Casas que integram o Sistema Indústria, para dar uma resposta a essa crise. Entendo que esse é o momento de não medirmos esforços para encontrar soluções para ajudar no enfrentamento ao novo coronavírus”, afirmou.
O diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, destacou que teve uma espécie de seleção na própria equipe para identificar quais eram os colaboradores com mais experiência na manutenção de máquinas industriais e até quem já havia tido contato com equipamentos hospitalares. Assim foi montada uma equipe que reuniu engenheiros, administradores e instrutores, que dividiram o trabalho conforme a experiência de cada um e envolveu desde a produção de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual), como máscaras e aventais, passando pelo recebimento, triagem, higienização, reparo, calibração e testes dos equipamentos.
“No começo foi um grande desafio, porque mexer com equipamentos hospitalares foge um pouco do nosso escopo, mas com uma equipe técnica de alto nível como a que temos e com a ajuda de voluntários que já haviam atuado na área da saúde, conseguimos consertar 89 dos 112 respiradores que havíamos recebido e estavam estragados. Sempre disse que o fundamental era nos empenharmos e se conseguíssemos consertar apenas um, beneficiando uma única vida, o trabalho já teria valido a pena. Saber que 78 desses respiradores já foram devolvidos aos hospitais e estão ajudando a salvar mais e mais vidas é ainda mais gratificante”, destacou Rodolpho Mangialardo.