A Polícia Federal e a Corregedoria da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul fizeram na manhã desta quinta-feira (28/05) uma operação para buscar provas contra policiais civis do estado que são suspeitos de receberem propina da “Máfia do Cigarro”, uma organização criminosa que atua no contrabando de cigarros do Paraguai para o Brasil.
A operação, chamada de “Arithmoi” faz parte da quarta fase da Operação Nepsis. Foram expedidos pela 2ª Vara Federal de Ponta Porã, 11 mandados de busca e apreensão nos municípios de Amambai, Iguatemi, Itaquiraí, Naviraí e Ponta Porã.
A ação contou com a participação de cerca de 60 policiais. Eles buscam provas do pagamento de vantagens indevidas a um grupo de policiais civis do estado que foi identificado a partir de listas contábeis encontradas em documentos e celulares apreendidos em posse de integrantes da organização criminosa, que foi alvo da primeira fase da Operação Nepsis, deflagrada em setembro de 2018.
O nome da operação, “Arithmoi”, significa “Números” em grego e remete à contabilização de vantagens indevidas encontradas nas listas de pagamento.
De acordo com a Polícia Federal, sete servidores da Polícia Civil foram identificados como possíveis líderes regionais do esquema de distribuição de valores que seriam pagos pela “Máfia dos Cigarros” para a facilitação do contrabando. Cinco deles foram suspensos de sua função pública na polícia pela Justiça e outros dois estão aposentados
A “Máfia dos Cigarros”
Conforme a PF, a organização criminosa formou um verdadeiro consórcio de grandes contrabandistas, com a criação de uma sofisticada rede de escoamento de cigarros contrabandeados do Paraguai. A operação criminosa se estruturava em dois pilares: um sistema logístico de características empresariais e, ainda, a corrupção de policiais para facilitar o esquema criminoso.