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TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2024
30 de MARÇO de 2020 | Fonte: Globo Esporte

Justiça dos EUA aceita pedido para libertar o ex-presidente da CBF José Maria Marin

Advogados usaram a pandemia de coronavírus como um dos argumentos para a solicitação; defesa planeja o retorno do cartola ao Brasil.
José Maria Marin em julgamento em Nova York (Foto: Amr Alfiky / Reuters)

A Justiça dos EUA aceitou nesta segunda-feira 30/03) um pedido da defesa do ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e reduziu a pena a que ele havia sido condenado. O cartola será libertado nos próximos dias.

 

Na solicitação feita à corte, a defesa usou a pandemia de coronavírus e os problemas de saúde de Marin, de 87 anos, como argumentos. Os promotores do caso concordaram com os advogados. Eles trabalham agora para que Marin retorne ao Brasil.

 

Segundo a Bloomberg, a juíza Pamela Chen citou na decisão que Marin está com a "saúde significativamente deteriorada" e tem "risco elevado de graves consequências para a saúde devido ao atual surto de COVID-19".

 

A decisão diminui a pena de Marin em um ano e dois meses. Em dezembro de 2017, José Maria Marin foi condenado a 41 meses de prisão (até maio de 2021) pelos crimes que cometeu enquanto era presidente da CBF, entre 2012 e 2015.

 

Marin vai ficar mais alguns dias na prisão em Allenwood, na Pensilvânia, até que seja finalizado todo o processo burocrático da libertação.

 

– Queremos que ele volte ao Brasil, onde tem mais recursos para cuidar da saúde e para estar perto do conforto da família. Estamos muito contentes com o resultado da negociação – disse Júlio Barbosa, advogado brasileiro que atua nos EUA com advogados americanos contratados por Marin.

 

Entenda o caso

Em dezembro de 2017, José Maria Marin foi considerado, na mesma corte, culpado de seis dos sete crimes pelos quais foi acusado pela promotoria da Justiça americana. São eles: organização criminosa (1x), fraude bancária (3x) e lavagem de dinheiro (2x).

 

Eles estão ligados a Copa Libertadores da América, Copa do Brasil e Copa América e cometidos entre os anos 2012 e 2015, período em que Marin foi presidente da CBF. Na mesma ocasião, o cartola foi absolvido de acusação de lavagem de dinheiro relativa à Copa do Brasil.

 

Marin não esteve sozinho. Nesse mesmo julgamento, o júri popular formado na corte, em Nova York, também condenou o ex-presidente da Conmebol e da Associação Paraguaia de Futebol Juan Angel Napout por organização criminosa e fraude bancária.

 

Tanto Napout quanto Marin foram, no dia 22 de dezembro de 2017, para a prisão no Brooklyn. Segundo a promotoria, Marin recebeu ao todo U$ 6,5 milhões de propina de empresas de marketing esportivo para assinar contratos de direitos comerciais de competições de futebol na América do Sul.

 

A investigação feita pela justiça americana se tornou pública em maio de 2015, quando José Maria Marin e mais cinco dirigentes de futebol de outros países foram presos em um hotel na Suíça.

 

À época, o dirigente brasileiro aceitou ser extraditado para os Estados Unidos e ficou de 2015 a dezembro de 2017 em prisão domiciliar, em seu apartamento de luxo, no prédio Trump Tower, em uma das áreas mais caras de Nova York.

 

Ex-presidentes da CBF, Ricardo Teixeira e Marco Polo Del Nero (que foi suspenso pela FIFA) também foram denunciados pela justiça americana por receber propina e cometer os mesmos crimes pelos quais Marin foi condenado. Mas como o Brasil, por lei, não extradita seus cidadãos, eles não são julgados em Nova York.



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