A Polícia Militar Ambiental (PMA), onde atua o policial Lúcio Roberto Queiroz Silva, de 36 anos, ainda não teve notícias do paradeiro após cerca de 36 horas do duplo assassinato cometido por ele. Segundo o tenente-coronel Ednilson Queiroz, até o início da manhã desta segunda-feira (07/10), a corporação não foi informada de que ele se apresentou tanto no serviço quanto na delegacia.
"O comandante irá nos avisar de qualquer movimentação. Dias antes, ele estava trabalhando normal e nunca teve deslizes. Nós ainda não sabemos o motivo, mas ao que parece ele perdeu a cabeça. Agora, vi que estão divulgando algumas informações erradas, falando que o filho dele presenciou o crime. O menino tinha saído com a tia. Na casa, estaria somente o pai, que tentou impedir", afirmou ao G1 Queiroz.
Ainda segundo a polícia, Lúcio entrou na corporação em 2008 e está na PMA desde 29 de setembro de 2015, segundo publicação no Diário Oficial do Estado de Mato Grosso do Sul (DOE-MS).
Entenda o caso
No boletim de ocorrência, na noite de sábado (05/10), em Paranaíba-MS, consta que a equipe de rádio patrulha foi informada de que Lúcio alvejou primeiro o corretor de imóveis Fernando Enrique Freitas, de 31 anos. Na sequência, testemunhas viram ele "saindo da casa dele para matar a esposa" e passar pela rua Barão do Rio Branco, onde mora o pai dele.
Os policiais fizeram rondas e encontraram a casa do suspeito fechada. Eles então foram até a casa do pai de Lúcio, onde encontraram Regianni Araujo morta no sofá. Em depoimento, o pai do suspeito ressaltou que ele estava em casa com a nora e, pouco tempo depois, saiu alterado e pegou a arma no carro. O homem disse que tentou segurar, porém, não conseguiu evitar o crime. Depois, ele comentou que "ouviu falar em possível traição".
De acordo com a polícia, o suspeito deixou a arma de calibre .40 com carregador vazio, em cima da estante da sala e pegou o carro do pai para fugir. A Polícia Civil e perícia foram acionadas.
"Testemunhas disseram que o Lúcio chegou na casa do Fernando armado perguntando sobre ele e foi direto para dentro da casa. Lá ele teria dito: 'está conversando com minha esposa', e na sequência, pediu para ver o celular do Fernando. Mas isso não ocorreu porque o Lúcio já atirou e pelo menos três tiros atingiram a vítima" explicou na ocasião a delegada Eva Maria Cogo, responsável pelas investigações.
"As informações que temos é que o Lúcio teria recebido prints de conversas que mostrariam esse relacionamento entre o Fernando e a Regianni. Diante delas, ele foi armado até a casa do corretor de imóveis, passou por um grupo de pessoas que estava na calçada, entrou na residência e assassinou Fernando a tiros", informou a delegada.
"Como a cidade é pequena os crimes foram cometidos com uma distância de tempo muito pequena, por volta das 20 horas deste sábado ele matou o Fernando e minutos depois a mulher", explicou a delegada.
O caso foi registrado como homicídio qualificado por motivo fútil e feminicídio e está sendo apurado pela Delegacia de Atendimento à Mulher (DAM) de Paranaíba.