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TERÇA-FEIRA, 26 DE NOVEMBRO DE 2024
27 de AGOSTO de 2019 | Fonte: Correio do Estado

Polícias se unem na fronteira para fazer frente a traficantes

Novo sistema de comunicação vai reforçar segurança.

Em meio as promessas de mais investimentos e reforço de efetivo para a faixa de fronteira, as forças de segurança, estaduais e federais, conscientes das limitações de infraestrutura, decidiram ampliar a integração para fazer frente a traficantes, contrabandistas e outros tipos de criminosos que atuam na região. 

 

A segurança nesta faixa das fronteiras com o Paraguai e a Bolívia, por Mato Grosso do Sul, será reforçada com a adoção de um novo sistema de comunicação para as forças policiais. Como principal reflexo, as operações serão fortalecidas a partir de uma maior integração entre os organismos de segurança ao longo de toda a faixa de fronteira, especialmente a paraguaia.

 

Segundo o coordenador-geral de Fronteiras da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), Eduardo Maia Bettini, que esteve em Campo Grande participando do II Fórum de Segurança na Fronteira, o projeto começou pelo Paraná e o próximo passo, agora, é a expansão do sistema a todas as regiões fronteiriças, inclusive, Mato Grosso do Sul.

 

Segundo as informações, o Ministério da Justiça e Segurança Pública promoveu a instalação de equipamentos de radiocomunicação e georreferenciamento do Exército nas regiões de fronteira, permitindo a comunicação entre os agentes de segurança que atuam em operações para impedir a entrada de armas, munições, drogas e cigarros contrabandeados. A ação faz parte do Programa Nacional de Segurança nas Fronteiras (Vigia), conduzido pela Seopi. Conforme o ministério, o trabalho foi concluído no dia 12 deste mês.

 

FORTALECIMENTO

A atuação integrada com outros órgãos faz parte das estratégias de combate ao crime organizado, aos crimes violentos e à corrupção, prioridades definidas pelo ministro Sergio Moro, daí a necessidade do incremento da comunicação. Os novos equipamentos permitirão a comunicação entre os agentes em toda a área da faixa de fronteira, segundo constatado na fase de avaliação e testes realizados  no Paraná.

 

“Considerando as condições geográficas adversas para realização de operações policiais e fiscalização no entorno do Rio Paraná, por anos as equipes dos órgãos de segurança pública operavam por longos trechos totalmente ‘às escuras’ no leito do rio e adjacências, sem nenhum tipo de comunicação via rádio, o que diminuía a efetividade das operações e, por vezes, poderia até significar risco para os profissionais de segurança, por não terem como se comunicar com suas equipes e demais órgãos”, explicou o coordenador-geral de Fronteiras.

 

Ainda segundo Eduardo Bettini, “o novo sistema de comunicação proporcionará uma melhor dinâmica e rapidez na atuação das equipes da Operação Hórus”, por exemplo, reforçando o bloqueio de trechos de rios e rodovias, para evitar a entrada de produtos ilícitos. 

 

De acordo com o coordenador, após o período de teste inicial, o desafio agora é ampliar o programa e levá-lo aos 11 estados de faixas de fronteira, que abrangem quase 17 mil quilômetros, e, posteriormente, incorporar os mesmos princípios ao combate contra crimes em áreas de divisas interestaduais.

 

INVESTIMENTOS

Apesar dessa perspectiva de reforço às ações em áreas fronteiriças, o secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antonio Carlos Videira, defende a necessidade de maiores investimentos por parte do governo federal em Mato Grosso do Sul. 

 

O entendimento é de que, se houver investimentos federais  no Estado, haverá significativa redução de gastos com segurança em outros centros. Isso porque, atualmente, Mato Grosso do Sul é apontado como corredor de drogas e armas levadas ao Rio de Janeiro, São Paulo e outros estados.

 

Segundo Videira, as polícias de Mato Grosso do Sul estão entre as mais eficientes do País, apesar de o Estado ter mais de 1.500 quilômetros de fronteira seca com o Paraguai e a Bolívia. Ele destacou ainda que, só no ano passado, as polícias estaduais tiraram de circulação 335 toneladas de drogas e, neste ano, de janeiro a julho, mais de 230 mil quilos de entorpecentes.

 

“Pagamos um preço alto pela nossa eficiência, que é a superlotação do sistema penitenciário. Temos aqui 40% da massa carcerária oriunda do tráfico de drogas, o que impacta sobremaneira os cofres do Estado. Em média, são gastos R$ 11 milhões mensais com eles, o que representa mais de R$ 120 milhões anualmente”, disse.



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