Policial federal conta dinheiro apreendido na casa de um dos chefes de uma das quadrilhas de contrabandistas de cigarro desarticulada na operação Tecá (Foto: PF/Divulgação) |
A Polícia Federal cumpriu na manhã desta quinta-feira (08/08) 30 mandados de prisão em dez cidades de Mato Grosso do Sul, Paraná e Rio Grande do Norte, contra suspeitos de integrarem quatro quadrilhas especializadas no contrabando de cigarros. Alguns dos mandados foram cumpridos em estabelecimentos penais, como dois no presídio federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Entre os presos nesta quinta está também um policial rodoviário federal. Ele foi detido em Rio Brilhante, após deixar seu plantão no posto da PRF.
Segundo o delegado regional de Combate ao Crime Organizado da superintendência da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Fabrício Martins Rocha, as quadrilhas traziam cigarro contrabandeado do Paraguai e utilizavam primeiro estradas vicinais, dos municípios da região do cone sul do estado, como Sete Quedas, Mundo Novo e Iguatemi, para entrarem em Mato Grosso do Sul. A partir daí seguiam por rodovias até os grandes centros, como São Paulo e o Rio de Janeiro.
O delegado explicou que durante a investigação, realizada entre 2018 e este ano, foram apreendidos pela PF e outras unidades, 155 veículos utilizados no transporte do contrabando pelas quadrilhas, tenso sido presos 75 pessoas. O valor das cargas apreendidas neste período totalizou R$ 144 milhões.
Essa investigação, conforme Rocha, levou a identificação de 100 suspeitos de envolvimento com o contrabando. Na operação realizada nesta quinta-feira, batizada de Teçá, em referência a estado de atenção ou vigilância no idioma guarani e da rede de olheiros, mateiros e batedores utilizadas pelas quadrilhas, se concentrou em 40 pessoas que chefiavam ou tinham posição de destaque nos grupos criminosos.
Dos 40 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal em Naviraí, foram cumpridos 30 e todas as 33 ordens de busca e apreensão foram executadas. Na casa de um dos chefes de uma das quadrilhas foram apreendidos R$ 37 mil em dinheiro. Também foram apreendidas joias, relógios, carros de luxo, celulares e munição de escopeta calibre 12.
O delegado diz que alguns dos alvos desta operação já tinham sido investigados em ações anteriores da Polícia Federal, também contra o contrabando, realizadas em 2011 e 2018. Ele explicou que os presos vão responder, dependendo da participação nas quadrilhas, por crimes como contrabando e descaminho, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e concorrência desleal.
Participação do PRF
Segundo o corregedor regional substituto da PRF em Mato Grosso do Sul, Luiz Eduardo Portugal, os indícios levantados durante a investigação apontam que o policial preso nesta quinta praticava corrupção, deixando de fazer a fiscalização dos veículos que transportavam o contrabando de cigarros.
Segundo ele, esse é o terceiro caso registrado esse ano de suspeita de envolvimento de um policial rodoviário federal com o contrabando de cigarro. Outros dois integrantes da unidade foram presos no dia 31 de julho, em outra ação da PF contra o contrabando a operação Trunks.