A Polícia Civil cumpre na manhã desta terça-feira (09/07) mandados de busca e apreensão na sede do Cruzeiro, no Barro Preto, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, e também na Toca da Raposa, centro de treinamento que fica na Região da Pampulha.
A sede da torcida organizada Máfia Azul também é alvo da operação, batizada de Primeiro Tempo. Segundo a polícia, cerca de 100 agentes participam da ação.
As buscas também acontecem nas casas do presidente do Cruzeiro Wagner Pires de Sá e do vice de futebol Itair Machado. A defesa deles ainda não se manifestou.
O atual bicampeão da Copa do Brasil é investigado por suspeita de lavagem de dinheiro, uso de empresas de fachada e até pela venda de direitos de um menor de idade. A dívida do clube chega a R$ 500 milhões.
Em maio, a TV Globo teve acesso a documentos internos do clube que revelam transações irregulares e uso de empresas de fachada para ocultar crimes.
O Ministério Público informou que o processo corre em sigilo e que por isso não pode dar detalhes sobre as investigações.
Em nota, a diretoria do Cruzeiro informou que "entregou às autoridades toda a documentação solicitada para a investigação. Lamentamos apenas que este fato esteja acontecendo exatamente às vésperas de uma decisão importante na Copa do Brasil. O Cruzeiro Esporte Clube informa que continuará à disposição das autoridades competentes para quaisquer tipos de outros esclarecimentos necessários."
Cruzeiro e Atlético se enfrentam nesta quinta-feira (11) pelas quartas de final da Copa do Brasil. O jogo será às 20h, no Mineirão.
A investigação
A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar denúncias sobre falsificação de documento particular, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Os investigadores já ouviram 15 pessoas, todas elas relacionadas de alguma forma com o Cruzeiro – entre funcionários e ex-funcionários, dirigentes e prestadores de serviços que realizaram transações com o clube.
O inquérito se baseia em um balancete contábil analítico, que demonstra pagamentos feitos pelo Cruzeiro no decorrer de 2018, ao qual o Fantástico também teve acesso.
A reportagem foi além e conseguiu quase 200 páginas de contratos e planilhas de controle interno. Há evidências de que a diretoria cruzeirense quebrou regras da Fifa e da CBF, no âmbito do futebol, e do governo federal, por meio do Profut, programa de renegociação de dívidas fiscais com clubes.