Nem mesmo a chuva que caiu na manhã desta quarta-feira (26/06) em Campo Grande desanimou as pessoas que saíram de suas casas em busca de atendimento oftalmológico na Caravana da Saúde. De olho na previsão do tempo, o governo do Estado determinou a ampliação da estrutura ainda na noite de terça-feira, a fim de garantir conforto e abrigo para a população.
No décimo dia da atual edição, a credibilidade e aceitação ao programa mais uma vez se confirmou com os assentos disponíveis completamente ocupados com pessoas de diversos municípios do Estado e Campo Grande. Os atendimentos prosseguem até o próximo dia 5 de julho.
Os números da Caravana da Saúde continuam surpreendendo. Desde o dia 17 de junho até as 12h30 desta quarta-feira, 6.010 consultas, 875 cirurgias de catarata, 239 cirurgias de yag, 28.699 exames e 710 procedimentos de pós-catarata foram realizados.
União a toda prova
A esperança de enxergar bem novamente foi a motivação que levou o casal David Gabriel Torres, 76 anos e Elisabete da Silva Torres, de 70 anos a procurar a Caravana da Saúde. Casados há cerca de 56 anos, quando ele tinha cerca de 20 anos e ela, 15, se declaram unidos até na hora de procurar o médico. “Nós não brigamos. Quando ela está brava, eu levo na esportiva. Às vezes ela fica ainda mais brava, mas eu não ligo. Dali a pouco tudo passa”, afirma o aposentado David Torres. Dona Elisabete apenas confirma, com um sorriso, explicando que tem dificuldades para enxergar para fazer as atividades domésticas.
A esperança do Sr. David é enxergar melhor para fazer algo do qual disse gostar muito, que é a leitura. “Além de ler, quero mexer no celular e nas redes sociais”, conclui, com a aprovação da esposa.
Linha na agulha
A doméstica Irani Cardoso Ferreira, 63 anos, reside em Campo Grande desde 1982. Consultada pela equipe da Caravana da Saúde, foi diagnosticada com pterígio no olho direito e catarata no olho esquerdo. “Tem dias que não enxergo quase nada e não dá nem para pôr a linha na agulha”, afirma. O sonho dela é poder trabalhar fazendo bordados para auxiliar no orçamento familiar. Diagnosticada com catarata em 2013, disse que não procurou tratamento por medo. “Depois que vi tanta gente fazendo cirurgia e sendo bem sucedidas, não tenho mais esse problema”, afirma, elogiando o programa do Governo do Estado. “É uma oportunidade que a gente não pode perder”, salientou, justificando sua presença na Caravana da Saúde, mesmo debaixo de chuva.