A constância das chuvas que chegaram com o outono em MS, facilitando a produção, preocupa produtores rurais do estado. Para o vice-presidente do sindicato rural de Laguna Carapã, Denilson Garlet, a expectativa é que os meses de abril e maio também sejam chuvosos para ajudar no período de granação do milho:
"Esperamos que essas chuvas que vieram não sejam as que deveriam vir lá na frente, principalmente nos dois próximos meses. Se não faltar chuva, a gente acredita que vá ser uma boa safrinha", declara.
A chuva foi motivo de comemoração para o produtor rural Fabiano Nava, que plantou 300 hectares de milho e, Laguna Carapã, no sul do estado.
"A expectativa é que essas chuvas permaneçam ao longo do outono para manter esse potencial produtivo. Foi um início bom com chuvas, as lavouras estão crescendo bem, é bom manter essa regularidade para a gente conseguir um potencial alto no final".
O outono é uma estação de transição com características do verão e do inverno, e com mudanças repentinas. O prognóstico para esta estação é a ocorrência de fenômenos que, como o El Niño, aquece as águas do oceano pacífico e muda a temperatura. Ele afeta a quantidade de chuvas em regiões como a de Mato Grosso do Sul, de acordo com Ricardo fietz, agrometeorologista da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) em Dourados:
"As chuvas tendem a diminuir no outono em relação ao verão, e especificamente para 2019, existe 70% de probabilidade de ocorrência de fenômenos de intensidade fraca. Se isso realmente ocorrer, a tendência é que as chuvas sejam acima da média das normais aqui da nossa região", explica.
A cultura do milho tem uma característica muito especial: muitos semearam no verão, torcem para que tudo dê certo no outono e a colheita pode ser no inverno, mas, para quem conseguiu planejar bem a atividade, é possível passar pelas estações e conseguir bons resultados:
"Quem conseguiu semear no período recomendado de zoneamento, que é de 10 de março, o risco de geada vai ser menor. Nos meses de outono as temperaturas são mais amenas e a irradiação solar não é tão forte", finaliza o agrometeorologista.