Um dos alvos da Operação Impetus, deflagrada hoje em Campo Grande e Dourados já havia sido investigado em ação da Polícia Civil de São Paulo, por cooptar agentes penitenciários ao PCC (Primeiro Comando da Capital).
A Operação Impetus foi realizada esta manhã, organizada pela Deco (Delegacia Especializada de Combate ao Crime Organizado). A investigação apurou que lideranças do PCC montavam plano para executar 12 servidores do sistema se segurança pública do Estado.
Presos com funções de liderança criminosa recrutaram internos integrantes do PCC distribuídos entre os presídios fechado, aberto, semiaberto e alguns simpatizantes, repassando-lhes a missão, chamada de "salve do quadro" para que levantassem de forma sigilosa dados pessoais e profissionais de servidores de segurança pública para executá-los.
Um deles é Laudemir Costa dos Santos, o Dentinho. Em julho de 2018, ele foi alvo da Operação Echelon, da Polícia Civil de SP. Ele seria responsável por comandar o cadastramento de integrantes do PCC, além de gerenciar situação dos inadimplentes ou indisciplinados da facção.
Naquela ocasião, a polícia havia apurado que um integrante do PCC, identificado como Sub Zero, passou por cima do "brecamento" que tinha, por dívida, para comprar drogas. Embora tenha sido advertido e suspenso, Sub Zero voltou a comprar drogas, violando a suspensão.
Sub Zero foi advertido e teve prorrogação de prazo para pagamento. Dentinho disse ao seu "padrinho", por telefone, que às 12h, quando as celas abrissem, iria falar com um agente penitenciário para "mixar" duas celas, sendo uma delas onde ele se encontrava, e depois fazer o mesmo com as restantes.
Segundo a Polícia Civil, "mixar" significa que o agente penitenciário iria deixar a cela aberta ou conceder algum privilégio que beneficiasse os presos naquele setor.
"Eu já estou batizando dois agentes. Eles vão trazer pra mim aqui pra conversar com ele [Sub Zero]", teria afirmado Dentinho.