A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quarta-feira (24/10) a Operação Olhos de Lince de combate a crimes relacionados às eleições deste ano.
A investigação é resultado de acompanhamento da PF de redes sociais com objetivo de identificar e de evitar possíveis crimes eleitorais, além de ameaças aos candidatos que concorrem nas eleições.
A PF apura os crimes de violação do sigilo do voto e de incitação ao crime de homicídio. Segundo investigadores, para a identificação dos alvos foram utilizadas técnicas de reconhecimento facial, por meio de critérios científicos, que possibilitam a identificação dos suspeitos de forma precisa.
O delegado responsável pelo caso, Flávio Coca, afirmou que os envolvidos agiram individualmente, sem ligação entre eles e que se engana quem pensa que na internet o anonimato é garantido.
"As pessoas pensam que a polícia não vai chegar nelas ou que a justiça não vai alcançá-las por estarem na internet, estarem atrás de um celular, de um teclado de computador. Mas se enganam pq os olhos alcançam até as pessoas que estão imaginando que estão ocultas na internet. Não estão", afirmou.
Esta é a segunda operação feita a partir do monitoramento das redes sociais. A primeira ocorreu no início deste mês e investigou crimes de violação de sigilo do voto e porte ilegal de arma.
Investigação
Agentes cumpriram mandados em quatro estados – São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Rio Grande do Sul. A PF também intimou investigados a prestarem depoimento. As ações fazem parte das atividades do Centro Integrado de Comando e Controle Eleitoral.
Ao todo, a PF deflagrou nove ações – quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Sorocaba (SP), Uberlândia (MG) e Caxias do Sul (RS). Foram intimados investigados nos municípios de Juiz de Fora (MG), Varginha (MG), Recife (PE) e Caxias do Sul (RS). Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Suspeitos
Em Uberlândia, os policiais buscaram provas na casa de um jovem de 21 anos, que postou mensagens incitando a violência dois dias após o primeiro turno.
Em Juiz de Fora, uma mulher de 25 anos foi ouvida na sede da Polícia Federal. Ela confessou ter postado uma mensagem ameaçadora, que já foi apagada.
Havia investigados com nome falso na internet. Um deles foi identificado por meio de um laudo prosopográfico – os policiais pegaram as características faciais, encontradas na rede social e compararam com as fotos do suspeito em bancos de dados oficiais, usando técnicas precisas como avaliação de cicatrizes, saliência de ossos, rugas.