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SEGUNDA FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2024
03 de OUTUBRO de 2018 | Fonte: TV Morena

Professora de Naviraí ganha prêmio por projeto que ajuda alunos a entender onde está a matemática no dia a dia

Alunos reclamavam que não entendiam a aplicabilidade da matemática fora da escola. Projeto foi o mais popular do Prêmio Educador Nota 10 e teve a participação dos pais dos alunos em Naviraí.

A professora Ivonete Dezinho, de 52 anos , ganhou um prêmio por criar projeto para afastar a rejeição pela matemática de alunos da 8ª série, da escola municipal Professor Milton Dias Porto, em Naviraí, região sul de MS.

 

Segundo a professora, o projeto 'De Pai para Filho – Uma Abordagem do Ensino da Matemática nas Profissões', foi o mais popular no projeto Educador Nota 10, evento realizado na noite dessa segunda-feira (1), em São Paulo (SP), promovido pelas fundações Victor Civita e Roberto Marinho.

 

"O nosso projeto foi classificado no início entre os 50 melhores do Brasil e depois, passamos por outra seleção. Ficamos entre os 10 vencedores do Projeto Educador Nota 10", explica a professora ao G1.

Professora Ivonete Dezinho ao lado do marido recebe prêmio em São Paulo (Foto: Arquivo pessoal)

Segundo a educadora, na segunda etapa, o projeto da escola ficou em primeiro lugar como o mais popular do Brasil, escolhido pelos internautas.

 

Ivonete conta que o projeto foi desenvolvido em uma turma que tinha dificuldades com os números. Os alunos questionavam muito sobre aplicabilidade da matemática e isso a incomodava.

 

"Eu pensei em montar um projeto para que eles descobrissem a importância da matemática no dia a dia. Conversando rapidamente com eles eu descobri que na sala de 30 alunos tinha uns 27 professores diferentes", relembra.

 

Durante o desenvolvimento, a professora conta que viu grande potencial de aliar a teoria com a prática, por meio dos conhecimentos matemáticos que os pais dos alunos tinham. No primeiro momento, a educadora sugeriu que os estudantes fizessem uma pesquisa com os profissionais da cidade para descobrir como eles utilizavam a matemática em sua profissões.

 

De acordo com Ivonete , depois da fase de elaborar atividades para aplicar aos colegas, os estudantes se colocaram no lugar do professor e tiveram o desafio de realizar uma discussão em classe para que os demais estudantes pudessem resolver os problemas apresentados.

 

Na segunda parte do projeto, os pais foram convidados para ir para a escola. Os alunos explicaram para os pais o questionário que eles responderiam em casa.

 

"As perguntas eram sobre quais instrumentos de medida eles usavam no serviço, para realizar as atividade de cálculos do início do dia do trabalho até o final", explica ao G1.

 

Segundo a educadora, com os dados em mãos, eles voltaram para escola e fizeram rodas de conversa. Cada estudante colocou para seu colega como os pais utilizavam a matemática.

 

"O pai que é pedreiro, como ele faz calculo de água sendo que ele nem usa essas fórmulas que a gente faz aqui na escola? A mãe costureira, como é a forma que ela mede? Cada um colocou a forma que seus familiares utilizam os cálculos", relembra.

Os grupos se reuniam e tiveram o desafio de criar situações de problemas inéditos sem copiar de internet e de livros.

 

Desenvolvimento do Projeto

Segundo Ivonete, o projeto demorou 6 meses para ser escrito e no segundo semestre de 2017, começou a ser desenvolvido com os alunos. A professora conta que no início do ano, nas avaliações e diagnósticos com os estudantes, mais de 50% deles apresentaram rendimento abaixo da média.

Projeto de matemática: correção das atividades aplicada para os colegas, em Naviraí (Foto: Arquivo pessoal)

Com o desenvolvimento do projeto, no final de 2017, a professora diz que foi perceptível a recuperação de notas de cada aluno.

 

"Quase 70% deles melhoraram muito . Eles aprenderam a trabalhar em grupo, um ajudar o outro e isso fez eles melhorarem na interpretação de problemas", explica ao G1.

 

De acordo com a esducadora, eles começaram a ter mais facilidade e autonomia para resolver situações dia dia a dia relacionando-as com cálculos.

 

"Com esse envolvimento, os pais começaram a participar mais da escola e a se interessar mais pelo rendimento dos filhos."

 

A professora explica que os filhos viram nos pais, conhecimento vivo colocado em prática e isso fortaleceu o laço de amizade entre eles. Muitos alunos começaram a pensar e a desenvolver profissões que nunca tinham imaginado.

 

"Tinha uma aluna que disse 'Professora, eu quero ser astronauta, achei incrível como calculam calcula a distância do planeta para outro', fiquei muito feliz com o resultado", finaliza.



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