O tenente-coronel, Admilson Cristaldo Barbosa, ex-comandante da Polícia Militar no município de Jardim, foi condenado nesta quinta-feira (20/09), a três anos de reclusão por crime de organização criminosa.
No segundo processo, no qual a acusação foi desobediência à decisão judicial, o réu foi inocentado e o julgamento foi realizado pelo juiz da Vara Militar Estadual, Alexandre Antunes.
A situação aconteceu porque durante as investigações foi descoberto que o militar tinha uma conta no aplicativo 'Telegram' e quando questionado pela senha, primeiro disse que não iria informar pois existiam fotos privadas, e posteriormente, mudou a versão afirmando que não lembrava o código pessoal.
Diante do resultado, o militar poderá cumprir a pena em regime semi-aberto, contudo, a decisão ainda será avaliada, já que atualmente, Barbosa está preso. Cabe esclarecer que o resultado de hoje (20 de setembro) não isenta o réu de enfrentar novo julgamento, no processo principal da Operação Oiketikus.
CÓDIGO PENAL
Barbosa foi condenado pelo artigo 2º, do Código Penal brasileiro, no qual está prevista reclusão por promover, constituir, financiar ou integrar pessoalmente, ou por interposta pessoa, organização criminosa.
A pena varia entre três e oito anos sem multa e sem prejuízo das penas correspondentes às demais infrações penais praticadas.
Enquanto isso, foi absolvido da acusação de desobediência à decisão judicial, pelo Código Penal Militar (Lei nº 1.001 de 21 de Outubro de 1969), cuja pena é detenção que varie entre meses a um ano.
HISTÓRICO
As investigações foram realizadas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, possibilitando a prisão de 21 policiais militares em maio, por envolvimento com contrabandistas de cigarro.
Por meio de interceptações, os agentes descobriram que, para facilitar o andamento do esquema, o grupo foi dividido em dois núcleos, sendo um da região de Jardim/Bela Vista/Bonito e outro de Dourados/Maracaju/Mundo Novo.
Ainda conforme a denúncia, a maior parte dos policiais começou a se envolver com o crime organizado em 2016, mas as investigações indicam contribuição dos militares com o contrabando desde 2015.