Promotor em pé, e Michel de branco, sentado, durante mais um julgamento em MS — Foto: Graziela Rezende/G1 MS |
Réu confesso de ao menos 16 mortes na região do Danúbio Azul, em Campo Grande, sendo 10 delas com ossadas encontradas pela polícia, o serial killer Luiz Alves Martins Filho, conhecido como Nando, viu a mãe dele ser assassinada pelo padastro, segundo disse o promotor de justiça Douglas Oldergardo, nesta sexta-feira (14), durante julgamento de acusado de agir junto com o jardineiro.
Na ocasião, o ambiente que o acusado presenciou teria ficado cheio de sangue. Anos depois, ao iniciar as mortes em série, ele contou com a ajuda de mais duas pessoas, já que começava a matar e saía para fazer a cova, quando as vítimas ficavam ensangüentadas e ele “não gostava de ver”, ainda conforme o promotor.
Quando as investigações da Delegacia Especializada em Repressão à Homicídios (DEH) começaram, os policiais perceberam que ele não agia sozinho. “Foi feito um trabalho árduo, de esclarecimento do crime e da organização dos envolvidos, que rendiam as vítimas e cometiam as mortes com arma, faça, chave de fenda e até corda para enforcamento”, explicou Oldergardo.
Durante as buscas, também foram feitas perícias complementares nas ossadas e até nas cordas, com a intenção de entender se o objeto tinha capacidade de segurar um homem, sendo a resposta positiva.
“Foi provavelmente a mais difícil intervenção daquela delegacia. Até então, não tinha conhecimento histórica de tantas mortes ocorrendo em tão pouco tempo, em que eles ceifaram tantas vidas”, ressaltou o promotor.
Conforme o promotor, Nando não pode ser considerado um pistoleiro, mas sim um assassino que “agia por motivações próprias”. “O Michel, que está sendo julgado hoje, é co-autor em 4 crimes. Juntos, eles têm varias confissões durante o inquérito policial”, finalizou.
Condenações
Em junho deste ano, o comparsa de Michel, Nando, foi condenado a 18 anos e três meses de prisão, por um crime em 2016.
Em dezembro de 2017, o juiz Marcelo Ivo de Oliveira, já havia condenado o jardineiro a 29 anos, 10 meses e 10 dias de prisão por tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente.
O caso
Para a polícia, Nando é responsável pela morte de 16 pessoas. O jardineiro disse que os crimes em série começaram há 5 anos. A primeira ossada foi encontrada no dia 17 de novembro de 2016, durante as investigações de 10 desaparecidos no bairro Danúbio Azul. O local é bem conhecido por Nando e fica ao lado do bairro onde as vítimas sumiram.
Das 16 vítimas que Nando assumiu ter matado, a polícia suspeita que ele tenha enterrado 13, sendo que 10 foram localizadas durante as escavações e as outras três podem ter ser sido enterradas em outros locais.