Um fotógrafo, de 24 anos, foi preso por produzir, armazenar e compartilhar ensaios sensuais nas redes sociais, sem o consentimento das vítimas, entre elas adolescentes. Em depoimento, uma menina de 14 anos contou que, além das fotos, também manteve relação sexual e o suspeito também deve responder por estupro de vulnerável, conforme a polícia.
Ao G1 a delegada Marília de Brito, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca), disse que a busca e apreensão ocorreu nessa quinta-feira (30), na região do Tiradentes, em Campo Grande. "Nós passamos o dia envolvidos nestas diligências. Houve, em um primeiro momento, uma denúncia e o indicativo era de que ele possuía mais material na casa dele, principalmente por conta do perfil que mantinha nas redes sociais", explicou.
O teor da denúncia era que o suspeito postava foto sem a identificação e autorização das pessoas, sendo mulheres adultas e também adolescentes. "Nós encontramos fotos sensuais e outras mais explícitas, como de vaginas. Ele também mantinha um grupo no WhatsApp, com um público diversos de mulheres, pedindo para elas mandarem fotos e ressaltando que, as mais curtidas, ganhariam um ensaio gratuito com ele", disse Marília.
Do grupo, 2 adolescentes prestaram depoimento na delegacia, e uma terceira vítima seria ouvida no início da tarde. "Elas foram ouvidas pelo setor psicossocial, uma inclusive ao lado da mãe. Elas ressaltaram que o fotógrafo não tinha autorização e ele inclusive confessou e falou que postava porque elas estavam em pose sensual, ressaltando que cobrava pelos ensaios, o que foi negado pelas vítimas. Uma delas, menor de 14 anos, disse que teve relação sexual com ele e por isso o indiciamento por estupro. A outra, também ficou com ele, porém não teve relação sexual", apontou a delegada.
Sobre os ensaios, a investigação diz que ocorriam, desde o início deste ano, na casa do suspeito. Ele reside com a mãe. "Nós pedimos a prisão temporária dele. Hoje, houve a audiência de custódia e a prisão foi convertida em preventiva. Ele vai responder por infringir os artigos 240 e 241 A e B, do Eca (Estatuto da Criança e do Adolescente)", finalizou.