Dos 27 mandados cumpridos na Operação Cronos em Mato Grosso do Sul, cinco foram por violência doméstica contra mulheres e oito homicídios em Campo Grande. Mais de 100 mandados em aberto foram buscados em todo Estado.
De acordo com a delegada Joilce Silveira Ramos, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), dois dos cinco presos por violência doméstica foram encontrados nos municípios de Sidrolândia e Rio Brilhante.
“Recebemos o aviso da operação há alguns dias e fizemos o levantamento dos mandados da Deam em aberto, pela delegada Ana Paula Trindade. Temos 35, alguns de até cinco anos atrás. Conseguimos cumprir cinco”, explicou.
Ainda de acordo com a delegada, muitos desses autores estão foragidos, algum já foram até presos mas conquistaram a liberdade e fugiram. “O risco de se ter esses suspeitos soltos e foragidos é que eles tem agressividade já na personalidade deles, então eles provavelmente vão se relacionar novamente e pode repetir caso de agressão e casos de morte contra mulheres”, completou.
Por mês, a Deam registra cerca de 600 boletins de ocorrência de casos de violência doméstica na Capital. Também são deferidos 350 medidas protetivas por mês. “Os principais casos sãos de ameaça, injúria, vias de fato e violência doméstica. Reiteramos a importância de se denunciar os casos de violência, seja verbal, física ou psicológica. Tanto pelo 190 ou 180”, finalizou.
Em Mato Grosso do Sul, somente até agosto, já foram registradas 12 mortes de mulheres, sendo que em todo o ano passado foram 16 casos. Somente em Campo Grande são dois registros de óbito nesse ano e seis em 2017.
OPERAÇÃO CRONOS
Segundo o delegado Marcelo Vargas, diretor da corporação, mais de 100 equipes cumprem mandados de prisão contra investigados por homicídio, feminicídio, violência doméstica e descumprimento de medidas protetivas. O trabalho é realizado também no Brasil inteiro, a partir de determinação do Conselho Nacional dos Chefes de Polícia.
Cronos, conforme a mitologia grega (Chronos), foi um titã que representava a personificação do tempo. “A razão do nome da operação é uma referência ao tempo de vida da vítima, que é reduzido quando ela está sob as mãos do agressor, do autor de feminicídio ou homicídio. Prendendo os autores, retiramos o tempo deles na prática delitiva”, completou Marcelo Vargas.