É julgado nesta sexta-feira (29) pela 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande o jardineiro Luiz Alves Martins Filho, conhecido como Nando do Danúbio Azul, acusado de matar diversas pessoas e depois esconder os corpos.
Conforme o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ-MS), este é primeiro júri popular de Nando, de um total de 13. Ele participa do julgamento por videoconferência, para assegurar a saúde dos participantes, tendo em vista que é tuberculoso e não aceita tratamento para a doença.
O jugamento desta sexta-feira é por conta da morte de um rapaz em abril de 2016, na região do Jardim Veraneio. Nando e mais dois são acusados do crime. Um participa do júri em plenário e o outro, por falta de defesa, foi desmembrado e será realizado em outra data.
De acordo com divulgado pelo judiciário, os três teriam matado o homem estrangulado, com golpes de chave de fenda e facadas. Depois, enterraram o corpo.
O motivo do crime seria porque a vítima devia dinheiro para Nando e havia jogado cerveja e dado tapas na cara de outro acusado.
Para o Ministério Público Estadual, o trio agiu por motivo torpe, usando de dissimulação e superioridade numérica, o que dificultou a defesa.
A defesa dos três réus disse que irá se pronunciar somente no julgamento.
Condenação
O jardineiro já foi condenado a 29 anos, 10 meses e 10 dias de prisão por tráfico de drogas e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente. Contra ele já há sentença condenatória também por atentado violento ao pudor. O juiz Marcelo Ivo de Oliveira, titular da 7ª Vara Criminal de Campo Grande, ainda o condenou a mil dias-multa.
Para a polícia, Nando é responsável pela morte de 16 pessoas. O jardineiro disse que os crimes em série começaram há 5 anos. A primeira ossada foi encontrada no dia 17 de novembro de 2016, durante as investigações de 10 desaparecidos no bairro Danúbio Azul. O local é bem conhecido por Nando e fica ao lado do bairro onde as vítimas sumiram.
Das 16 vítimas que Nando assumiu ter matado, a polícia suspeita que ele tenha enterrado 13, sendo que 10 foram localizadas durante as escavações e as outras três podem ter ser sido enterradas em outros locais.