O depoimento dos adolescentes vítimas de possíveis estupros de um professor, em Campo Grande, aponta que os abusos eram cometidos durante as provas. Segundo o delegado Fábio Sampaio, responsável pelas investigações, todos disseram que, quem permanecia por último, recebia as mesmas ameaças. Ao todo, 7 testemunhas são investigadas.
"Elas disseram que a maioria dos abusos eram cometidos em época de prova e, quem permanecia por último, ouvia: ah, você faz isto pra mim que eu te passo. Sobre dinheiro, isto consta nos autos do inquérito, no caso do depoimento do último menino. São três casos já apurados e outros quatro ainda em investigação", comentou ao G1 Sampaio.
Nesta terça-feira (15), o homem deve retornar para a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca). "Aqui não temos cela adequada e por isto ele permaneceu à noite na Derf [Delegacia Especializada de Repressão à Roubos e Furtos]. Agora estamos aguardando a Agepen [Agência Estadual de Administração Penitenciária] se pronunciar sobre uma vaga para ele no presídio", explicou o delegado.
Professor suspeito de estupro foi preso pela Depca, em MS (Foto: Ricardo Mello/TV Morena) |
Preventiva
Na noite dessa segunda (14), o professor de 59 anos que atuava na Vila Piratininga, foi preso. Ele estava escondido na casa de familiares. A prisão preventiva foi decretada pela 7ª Vara Criminal.
"Nós tínhamos vários endereços que estávamos checando. A casa dele, sabíamos que não estava mais, já que o local tinha sido apedrejado. Nossa diligências então continuaram e ele foi preso na casa de outro familiar, cerca de 10 minutos depois. A viatura agora está a caminho da delegacia", comentou na ocasião o delegado.
Recentemente, a Secretaria de Educação da cidade disse que se pronunciaria sobre o caso, porém aguardariam mais informações sobre os possíveis crimes.
Entenda o caso
Segundo a polícia, os adolescentes de 12 e 13 anos comentaram entre si sobre os abusos. Os pais ficaram sabendo dos relatos e procuraram a delegacia para registrar boletim de ocorrência, na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca). Todas as vítimas estudam em uma escola na Vila Piratininga, conforme a investigação.
“Todas as vítimas já foram ouvidas, passaram pelo setor psicossocial e confirmaram (os abusos). O suspeito inclusive já foi indiciado”, comentou na ocasião o delegado Fábio Sampaio.
Ainda conforme o delegado, o homem já foi indiciado em três inquéritos por estupro de vulnerável. Segundo o delegado, ele dá aulas em várias disciplinas numa escola da rede municipal de ensino. A pena para este tipo de crime varia de 8 a 15 anos de reclusão.
A Secretaria Municipal de Educação (Semed) afirmou que, quando recebe alguma informação da policia sobre algum ato ilícito praticado por funcionários ligados a rede, já se inicia um processo administrativo e caso a denúncia seja efetiva, o suspeito é afastado das funções.