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QUINTA-FEIRA, 28 DE NOVEMBRO DE 2024
04 de MAIO de 2018 | Fonte: Correio do Estado

Após ataques do PCC, agentes penitenciários paralisam atividades

Durante a paralisação, visitas de advogados e familiares estão restringidas
Agentes pedem que seja instaurado um protocolo de segurança - Foto: Valdenir Rezende/Correio do Estado

Os agentes penitenciários federais que atuam em Mato Grosso do Sul aderiram à paralisação nacional da categoria por mais segurança para os servidores. O ato, que começou às 8h, desta sexta-feira (4), terá duração de 24 horas. Durante esse período, visitas de advogados e familiares, banho de sol e outros serviços que não sejam de caráter emergencial são restringidos.

 

Em Mato Grosso do Sul são 250 agentes que, durante esse período de paralisação, estão fazendo apenas vigia nas torres, distribuição de alimentação  aos presos e atendimentos emergenciais de saúde.

 

Esta paralisação por segurança tem relação com ataques e ameaças feitas por integrantes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra agentes penitenciários em todo o país.  A sensação de insegurança é tanta que os servidores optaram por não divulgar a identidade à imprensa com medo de que tenham o nome colocado em lista de execução do PCC como já ocorreu em ocasiões anteriores.

 

Eles citaram a morte do agente penitenciário federal Henry Charles Gama Filho, em abril do ano passado na cidade de Mossoró (RN), do agente Alex Belarmino Almeida Santos, de 36 anos, na cidade de Cascavel, (PR), em setembro de 2016 e também da psicóloga Melissa de Almeida de Araújo também em Cascavel (PR), em maio do ano passado.

 

“A gente anda armado, mas nossa família, não. Sabemos que eles são covardes e atacam sempre o mais fracos”, declarou um dos integrantes da diretoria do Sindicato dos Agentes Federais de Execução Penal em Mato Grosso do Sul (Sinafep-MS).

 

REIVINDICAÇÕES

Os agentes pedem que seja instaurado um protocolo de segurança com medidas emergenciais de proteção ao agente penitenciário que eventualmente for ameaçado. Isto porque, segundo eles, por meio de escutas telefônicas e serviço de inteligência ficou constatado que o crime organizado consegue descobrir o número de telefone e o endereço de onde vivem os agentes.

 

A ideia é que, seja realizada a transferência do agente ameaçado, para um local seguro como Hotel de Trânsito do Exército ou outro local disponibilizado pelo Ministério de Segurança Pública. Outra solicitação é que o agente seja transferido de função, conforme o grau ou tipo de ameaça.

 

Além disso, eles querem uma reunião da categoria com o novo ministro da Segurança, Raul Jungmann, em que devem expor a “situação caótica em que se encontram os servidores que lidam com integrantes do crime organizado”.

 

Os agentes pedem também que o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) seja dirigido por alguém com conhecimento técnico e não apenas um indicado político.



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