Mesmo sendo livre da gripe aviária, o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), emitiu um alerta sanitário na sexta-feira (9) por tempo indeterminado, para intensificar as ações de defesa destinadas a prevenir a entrada da doença no Brasil.
O alerta, segundo o diretor do Departamento de Saúde Animal do Mapa, Guilherme Marques, é em razão das aves migratórias, a maioria são pato e marreco, que vêm ao país para fugir do inverno no Hemisfério Norte. "Nossa maior preocupação é essa e os setores público e privado deverão aplicar medidas mais rígidas de controle dos plantéis. A produção comercial já tem controles sanitários muito rígidos".
Com o alerta, o acesso às granjas de pessoas, animais e veículos, fica mais rigoroso. Além disso, será intensificado o treinamento das equipes de veterinários do ministério.
Cuidados - De acordo com o auditor fiscal federal agropecuário, Newton César Moreira da Silva, todos os ministérios do país, precisam enviar um relatório com capacitação técnica, recursos, e plano de contingência. "Não é o primeiro alerta e o Mapa faz isso, para que todos estejam atentos para uma eventual crise de influenza".
Mato Grosso do Sul tem 450 granjas de frango de reprodução e corte, localizadas em Dourados, Terenos, Itaquiraí, Sidrolândia e Aparecida do Taboado. "São granjas integradas a grandes empresas. Desse total, apenas 45% é regulamentada conforme a norma estabelecida pelo ministério, as outras que são mais antigas e não se regulamentaram".
Sobre o acesso mais rigoroso, o auditor explica que isso é rotina no dia a dia dos produtores. "É exigido pela instrução normativa nos estabelecimentos que são granjas de reprodução e de corte, o controle de entrada e saída, mas essa norma é mais rígida em granjas de reprodução. Com o alerta, os veterinários oficiais fiscalizam se os produtores estão cumprindo essas normas", explica.
Uma das rotas destes animais é o Pantanal de Mato Grosso do Sul. O auditor explica que exames de sangue são feitos nos animais de fazenda, que podem ter contato com as migratórias. "O ministério colhe material das aves domésticas, como galinha e ganso e faz exame pra constar ou não influenza. Esse é o nosso controle e não tem como fazer exame nas aves migratórias, já que é muito complicado".
Ainda segundo o alerta, qualquer mortalidade alta de aves deve ser imediatamente informada ao serviço veterinário oficial. "Todos os produtores da cadeia produtiva devem estar conscientes do risco e preparados para enfrentá-lo. Se houver uma taxa alta de mortalidade, os veterinários precisam ser informados para que possam estar na propriedade em um prazo de até 12 horas para começar a investigação", informa.
Pelo menos 197 espécies de aves podem migrar. Desse total, 53% que totalizam 104 espécies, se reproduzem no Brasil e 47%, 93 espécies têm locais de reprodução em outros países.