A Anistia Internacional acusou hoje (13) os dirigentes da região curda da Síria de obrigarem milhares de civis a abandonar as suas casas nas áreas por eles controladas.
Em comunicado, a organização não governamental (ONG) informou que uma equipe de investigadores enviada ao Norte da Síria testemunhou uma onda de demolições e abandonos forçados de aldeias inteiras, feitas pela administração autônoma curda, que é liderada pelo Partido da União Democrática.
As ações ocorrem por causa de simpatia ou ligação de alguns residentes ao grupo extremista Estado Islâmico ou a outras organizações armadas.
A Anistia Internacional lembra que a administração autônoma curda é um dos principais aliados da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, na luta contra o grupo extremista Estado Islâmico na Síria.
Um consultor da organização, Lama Fakih, disse que a ONG recolheu “provas claras de uma campanha liderada e coordenada para punir coletivamente civis das aldeias, que foram capturados pelo grupo Estado Islâmico ou onde havia pequena minoria suspeita de apoiar o grupo”.
Alguns civis disseram aos investigadores da Anistia Internacional que foram ameaçados com bombardeios da coligação internacional, a menos que deixassem as casas.
A equipe visitou 14 lugares na área controlada pelos curdos no Norte da Síria, entre julho e agosto.
Segundo a organização,, o Partido da União Democrática disse que o abandono forçado de civis das suas casas ocorre por razões de segurança e necessidades militares.
Para a ONG, é “crucial que a coligação liderada pelos Estados Unidos se coordene militarmente com a administração autônoma curda e não ignore os abusos”.
A maioria dos civis afetados por práticas ilegais é formada por árabes e turcos e alguns cidadãos de etnia curda.