O alto-comissário da Organização das Nações Unidas (ONU) para Direitos Humanos, Zeid Al Hussein, disse que o Dia Mundial de Conscientização do Albinismo, celebrado hoje (13) pela primeira vez, é uma oportunidade para o reconhecimento das conquistas e desafios dessa população.
O albinismo, que provoca a despigmentação da pele, dos cabelos e olhos, é causado pelos genes recessivos de ambos os pais, mas não é considerado uma doença. No entanto, médicos alertam que as características podem provocar consequências a saúde, como prejuízos à visão, que fica mais sensível aos raios solares, e aumento do risco de câncer de pele.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia, estudos apontam que o albinismo pode afetar pessoas de todas as raças sem distinção e que, aproximadamente uma em 18 mil pessoas têm um dos tipos de albinismo no mundo. Não há um estudo sobre a ocorrência no Brasil.
Zeid Al Hussein alertou que, além da vulnerabilidade ao sol, as pessoas albinas são alvo de preconceito e violência no mundo. Desde o início do ano, a ONU divulgada em seu site registros de ataques a albinos em algumas regiões do mundo.
O levantamento revela que no período de seis meses - entre outubro de 2014 e março deste ano -, 15 albinos foram raptados, feridos, mortos ou sofreram tentativas de sequestro nos últimos seis meses na Tanzânia, no Malaui e Burundi.
O alto-comissário encaminhou pedidos para que autoridades reforcem as medidas de proteção às pessoas que vivem nestas condições. Segundo ele, as crianças têm sido a maior parte das vítimas.
Um dos casos apontados foi o da criança de um ano, Yohana Bahati, encontrada morta, há três meses, no norte da Tanzânia, depois de ser raptada de sua casa por cinco homens armados.
Zeid explicou que, em muitos casos, os corpos das vítimas são usados em rituais. Segundo ele, pelo menos 75 pessoas com albinismo morreram desde 2000 na Tanzânia devido à prática.
Informações de ativistas da sociedade civil enviados à ONU apontam que centenas de pessoas com albinismo, a maioria crianças, foram atacadas, mortas ou mutiladas em pelo menos 25 países africanos, em função da crença de que partes dos corpos das vítimas poderiam conferir poderes mágicos aos praticantes dos rituais.