Foto: Corpo de Bombeiros Militar/ MS |
O Parque Municipal Natural de Naviraí (MS) - maior reserva ambiental municipal do Brasil, segundo o Ministério do Meio Ambiente, com mais de 16 mil hectares - arde em chamas desde o dia 1º de janeiro deste ano. Os bombeiros e produtores rurais tentam controlar as chamas com abafadores, mangueiras e aviões que armazenam água.
A maior concentração do incêndio se encontra em partes do Parque Estadual das Várzeas do Rio Ivinhema (PREVI). Os bombeiros não sabem quantos hectares de mata nativa já foram consumidos pelas chamas.
Unidades dos Corpos de Bombeiros de ao menos quatro cidades de Mato Grosso do Sul - Naviraí, Ivinhema, Fátima do Sul e Nova Andradina - estão no local em uma força-tarefa. Em solo, os militares tentam conter as chamas com o objetivo de impedir que o fogo se alastre mais no PREVI.
Foto: Corpo de Bombeiros Militar/ MS |
O capitão do Corpo de Bombeiros, Saldanha explica que o fogo está concentrado devido a vegetação ser úmida.
"Esse fogo está concentrado ainda no parque municipal devido a vegetação estar muito úmida nós estamos controlar ele ali na divisa com uma equipe de combate aos incêndios florestais que inclusive passou a noite no local para controlar esse fogo para que não passe para o parque estadual", detalha.
O capitão Janine Penteado diz que a perda ambiental será irreparável." Uma vegetação que se propaga com grandes campos esparsos com poucas árvores. Nós temos animais tipo répteis, cobras, cobras, lagartos. Nós temos ali também antas, lobos guará, e toda essa vegetação é o que o Corpo de Bombeiros está buscando, combater essas chamas para proteger a vegetação e os animais do local", comenta.
Bombeiros e pecuarista sobrevoam área afetada pelo fogo (Foto: Imagens cedidas/ Reprodução) |
Mesmo com inúmeros bombeiros no local, o fogo se alastra dia e noite. Não chove na região de Naviraí há pelo menos dois meses. Produtores rurais amargam perdas no campo, principalmente no cultivo de soja.
"Estou há 33 anos plantando soja em Naviraí, nunca vi uma estiagem como esta. A estiagem pegou as lavouras em estado vegetativo. A nossa região está em calamidade", detalha o produtor rural Nelson Antonini.
Foto: Corpo de Bombeiros Militar/ MS |
Decreto de emergência
O governo de Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em todo o estado devido à seca que atinge o estado e prejudica o setor produtivo. As medidas deverão ser publicadas no Diário Oficial do Estado no dia 4 de janeiro deste ano.
Para tentar reduzir os prejuízos, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) e a Federação de Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), que monitoram a situação produtiva no estado, pediram ajuda ao governo.
Com a decretação de calamidade pública, o governo irá auxiliar a direcionar recursos para reduzir as perdas, além dos produtores poderem acionar seguros, conseguir ampliação para o pagamento de dívidas junto a instituições financeiras e oportunidade de negociação.