O presidente do Cruzeiro, Sérgio Santos Rodrigues, confirmou que o clube recebeu nova punição da Fifa em entrevista ao Seleção Sportv desta quarta-feira (28/07). Um novo impedimento para registro de atletas. O Cruzeiro aguardava esta punição, advinda da dívida com o Mazatlán FC, do México, pela contratação do atacante Riascos.
- Hoje temos dois transfer ban ativos, ou seja, temos limitações financeiras e também de punições para poder registrar. Mas claro que a gente trabalha pensando nisso, mirando para cima. A gente já viu histórias de outros times que engatam uma sequência boa. Por mais que esteja na parte de baixo, a diferença para a zona de acesso seria de dois ou três rodadas faltando mais da metade do campeonato para correr. Então a gente mira na parte de cima e pede o torcedor para acreditar nisso.
O clube já havia recebido uma punição envolvendo a contratação do meia Arrascaeta. Dessa forma, neste momento, o Cruzeiro está impedido de registrar atletas por duas punições recebidas. Somadas, elas ultrapassam R$ 13 milhões.
Sérgio Santos Rodrigues também comentou sobre a campanha ruim na Série B. O Cruzeiro tem 12 pontos conquistados em 14 rodadas. A equipe é a penúltima colocada do torneio.
- A gente sabe que é complicado. Obviamente não é a situação eu a gente queria estar, mas todo mundo sabe dos problemas que estamos enfrentando.
Sérgio Santos Rodrigues citou que a pandemia também afetou as finanças do Cruzeiro, que já não andavam bem. Segundo ele, o clube perdeu - só com bilheterias - mais de R$ 20 milhões.
- A gente não está pensando em contratar. Não é a realidade atual. Além de ter o transfer ban, não é uma coisa que estamos pensando, mas arrumar a casa é uma coisa que a gente busca. Não que isso justifique, mas não é uma realidade que só o Cruzeiro passa. Temos atletas que estão com a gente agora e relatam que na Série A, em função da pandemia e do todo cenário... para citar um exemplo, o ano em que o Cruzeiro menos faturou com público foi R$ 25 milhões. Com isso aí, a gente tinha mais do que salário pago. Estaríamos até com outras dívidas pagas. É uma realidade do mundo, macroeconômica, mais ainda do futebol, e mais ainda do futebol brasileiro. Eu destaco que quando eu cheguei, devia-se mais do que eu devo hoje. Eu paguei para trás. Em tese, nossa gestão era para estar em dia. Paguei folha administrativa, de jogador, de PJ, conta de luz, conta de água, contas básicas que a gente cuidou e seria cortada. Tivemos que cuidar do macro, e isso infelizmente afeta a situação. Todos os colaboradores e jogadores sabem que nossa prioridade número um é essa.
Escolha por Mozart
Neste momento, a pressão sobre o clube passa sobre a manutenção do técnico Mozart. O treinador não vence há oito rodadas na Série B e viu o clube mineiro fazer o contato com o técnico Vanderlei Luxemburgo. Sérgio Rodrigues explicou o motivo pela escolha de Mozart.
- É o trabalho também. A gente analisou bastante o trabalho que o Mozart fez no ano passado pelo CSA, que era praticamente o trabalho dele a longo prazo. Ele jogou aqui contra a gente, tivemos um empate, vimos como o CSA jogou, e ele já tinha me chamado atenção pela maneira como estava conseguindo extrair daquele time, saindo da 16ª colocação para a 5ª colocação, sem conseguir o acesos por pouco. A gente pensou em uma pessoa que tinha vivo a Série recente, que conhece e que o estilo de jogo nos agrada muito. E obviamente tem todas as outras situações, como o financeiro e a disponibilidade de mercado. Ano passado o Felipe (Scolari) foi um ponto fora da curva, por estar disponível, de conseguir pessoas que conseguisse nos ajudar a bancar ele aqui. Na realidade atual, foi essa combinação total que trouxemos o Mozart, confiando que ele poderia performar aqui.