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SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2024
07 de JANEIRO de 2021 | Fonte: Semagro

Superávit do comércio exterior de MS foi 38% maior em 2020, puxado pelo agro

O bom desempenho das exportações do MS está relacionado à desvalorização do real diante do dólar, o que torna o produto nacional mais barato nos mercados internacionais.
Foto: Chico Ribeiro

As exportações de Mato Grosso do Sul no ano passado somaram US$ 5,808 bilhões e foi 11,32% superior ao total apurado em 2019 (US$ 5,217 bilhões). Por outro lado, as importações foram menores (US$ 1,905 bilhão) em 2020 em relação ao ano anterior (US$ 2,403 bilhões). Com isso, o saldo da balança comercial, ou seja, o resultado da diminuição de tudo que foi comprado do exterior com o valor das vendas ficou em US$ 3,902 bilhões, contra US$ 2,814 bilhões apurados em 2019, representando um crescimento do superávit de 38%. Os dados estão na Carta de Conjuntura nº 62, divulgada nesta quinta-feira (7) pela Semagro (Secretaria do Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar).

 

O bom desempenho das exportações do MS está relacionado à desvalorização do real diante do dólar, o que torna o produto nacional mais barato nos mercados internacionais.  “Mas também tem a ver com os estímulos à competitividade, como o dinamismo dos portos em Porto Murtinho e Corumbá e também a disponibilidade de crédito para a produção, pois aplicamos 100% dos recursos do FCO no ano passado”, avalia o secretário em exercício da Semagro, Ricardo Senna.

 

No seu entender, as medidas urgentes de biossegurança, em especial aquelas adotadas nos frigoríficos, também garantiram a redução dos riscos sanitários que os mercados exigiam e possibilitaram que o ritmo da economia não sofresse impacto significativo devido à pandemia. “A perspectiva é que Mato Grosso do Sul mantenha esse bom desempenho, pois há previsão de que a economia mundial crescerá em torno de 4% em 2021", pontuou.

 

Produtos

Produtos como a soja (+ US$ 500 milhões), óleos e gorduras vegetais (+ US$ 220 milhões), açúcar (+ US$ 240 milhões) e carne de aves (+ US$ 25 milhões) contribuíram para esse superávit. Com relação a soja, o Estado vendeu 1,5 milhão de toneladas a mais em 2020, comparado com o volume exportado do produto em 2019. E mais que dobrou o volume exportado de óleo e gordura vegetal e animal no mesmo período: de 442 mil toneladas (2019) para 1,029 milhão de toneladas no ano passado.

 

O principal produto de exportação de Mato Grosso do Sul continua sendo a celulose, tanto em volume quanto em valor. Aumentou o volume exportado (de 4,232 milhões/ton em 2019 para 5,538 milhões/ton em 2020), embora devido à variação para menor no preço da commodity, o valor apurado no ano passado (US$ 1,667 bilhão) tenha ficado menor que o de 2019 (US$ 1,980 bilhão). O ferro-gusa também apresenta aumento expressivo do valor exportado (+115%) e o item Outros Produtos Alimentícios teve incremento de 216% (US$ 12,78 milhões em 2019 para US$ 40,4 milhões em 2020).

 

Importações

Em relação ao que foi comprado no exterior, o Estado continuou com uma pauta concentrada na importação de gás boliviano, representando 50,48% da pauta de 2020, enquanto no ano anterior esse produto representou 52,63% de todas as importações. Produtos químicos inorgânicos (14,3%), produtos da metalurgia de metais não ferrosos (6,69%) e tecidos (5,86%) aparecem logo em seguida na pauta das compras externas.

 

Em termos de destino das exportações houve uma concentração nas exportações para a China, representando 45,46% do valor total das ao exterior no ano passado. Os países com maior aumento na participação foram: Hong Kong (27,92%) e China (21,38%). A maior queda foi registrada para o Japão, com baixa de 41,6% nas exportações em relação a 2019. A concentração nos dez maiores destinos das exportações passou de 73,19% a 71,98% na comparação entre o apurado em 2020 e 2019.



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