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SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2024
21 de SETEMBRO de 2020 | Fonte: Agência ALEMS

Ações contra a queimada no Pantanal serão debatidas em audiência pública no dia 30

O assunto será debatido com representantes de diversas entidades no dia 30 deste mês em audiência pública por videoconferência.
Em reunião realizada na quinta-feira, deputados decidiram ser urgente discutir ações em uma audiência pública (Foto: Cyro Clemente/ALEMS)

O fogo que destrói o Pantanal em níveis recordes é motivo de grande preocupação dos parlamentares da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS). O assunto será debatido com representantes de diversas entidades no dia 30 deste mês em audiência pública por videoconferência, conforme ficou decidido na quinta-feira (17/09) em reunião entre o presidente da Casa de Leis, deputado Paulo Corrêa (PSDB) e o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado Lucas de Lima (Solidariedade). O fogo já destruiu 85% do Parque Estadual Encontro das Águas e a quantidade de focos já é a maior da história.

 

“Esta Casa de leis não se furta ao seu papel de proteger não apenas o cidadão e cidadã sul-mato-grossense, mas também nosso território como um todo. Punir de maneira mais enérgica os responsáveis pelos incêndios que estão devastando nosso mais importante bioma é fundamental para evitar mais queimadas como essas”, afirmou o deputado Paulo Corrêa.

 

O parlamentar considera extremamente necessário debater encaminhamentos de ações para combater o problema. “Discutir com a população a preservação ambiental do Pantanal por meio de uma audiência pública é de extrema importância. Precisamos garantir o equilíbrio ambiental e preservar a grande, bela e única biodiversidade da região”, enfatizou Paulo Corrêa.

 

O deputado Lucas de Lima ressalta que setembro deste ano apresentou a maior quantidade de focos da história. “Entendo, como presidente da Comissão do Meio Ambiente, que essa situação é preocupante e alarmante. O fogo já destruiu 85% do Parque Estadual Encontro das Águas, refúgio das onças-pintadas. Além das queimadas, o Pantanal enfrenta uma seca histórica, o que contribui para o alastramento das chamas”, considerou o parlamentar.

 

Ele informou que, na reunião desta quinta-feira, com Paulo Corrêa, ficou decidido ser imprescindível a realização “de uma audiência pública virtual, para discutir medidas urgentes para controlar os focos de incêndio”. De acordo com o deputado, a audiência acontecerá no dia 30 de setembro às 15 horas e contará com a presença do presidente e dos demais parlamentares.

 

Maior planície inundável do mundo e com área total de 250 mil quilômetros quadrados, o bioma do Pantanal enfrenta a pior situação de queimadas da história recente. Em pelo menos duas décadas, as chamas nunca foram tão intensas. De janeiro ao dia 16 de setembro deste ano, foram contabilizados 15.756 focos de calor (ou de queima) no Pantanal, de acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Mesmo faltando três meses e meio (duas semanas de setembro, outubro, novembro e dezembro), os números de 2020 já são os maiores de toda série histórica do Inpe, iniciada em 1998. Com isso, o fogo já consumiu 2,3 milhões de hectares do Pantanal.

 

Na comparação com o ano passado, também com quantidade de focos (10.025) relativamente elevada, a alta de 2020 é de 57,18%. A série histórica do Inpe mostra que os piores anos foram 2002 (12.486), 2005 (12.536), 2019 e 2020. Depois da grande ocorrência de focos em 2005, o Pantanal ficou 13 anos (até 2018) com quantidade abaixo da linha dos 10 mil. A situação se agravou em 2019. A intensificação da gravidade do problema fica mais clara se comparados os números dos dois últimos biênios: 2017 e 2018 somaram 7.464; 2019 e 2020, 25.781 focos. O aumento foi de 145% ou de duas vezes e meia.

 

O Inpe explica que não há relação direta entre foco de calor e queimadas. “Um foco indica a existência de fogo em um elemento de resolução da imagem (píxel)”, afirma e acrescenta que em um “píxel pode haver uma ou várias queimadas distintas que a indicação será de um único foco”. Assim, esse indicador não deve ser considerado medida absoluta da ocorrência de fogo, “que certamente é maior do que a indicada pelos focos”, informa o instituto.



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