Antonio Carlos Magalhães, durante décadas um dos mais importantes políticos do PFL — morreu no ano em que o partido passou a ser o DEM —, dizia que não existe político de expressão nacional sem uma base forte local.
Eis a encruzilhada que Luiz Henrique Mandetta se encontra.
Alçado no começo da pandemia ao posto de mais popular ministro do governo, imediatamente irritando ao fazer sombra a Bolsonaro, Mandetta se tornou o um nome nacional e já disse poder concorrer à Presidência em 2022.
Mas em Mato Grosso do Sul Mandetta ainda não tem a força que tem nacionalmente. É um político conhecido, apoiado, mas ainda não se tornou um líder estadual com força semelhante à de um governador, um senador ou o prefeito da capital.
No DEM, seu nome não está descartado para um projeto nacional do partido em 2022, embora hoje a sigla ainda esteja muito mais propenso a apoiar alguém do que ter um candidato próprio.
A pergunta que hoje o DEM e o próprio Mandetta se fazem é se ele conseguirá se manter em evidência nacionalmente, à medida que ficam para trás as imagens das coletivas diárias que ele liderava e seu comportamento fiel à ciência e altivo em relação a Bolsonaro — sem sequer ainda ter uma base local forte para ancorar essa força.