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SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2024
30 de JANEIRO de 2020 | Fonte: Correio do Estado

Cai o número de pessoas com nome sujo em Mato Grosso do Sul

Apesar da queda, muitas pessoas endividadas ainda não estão conseguindo pagar as suas contas
Indicador de recuperação de crédito apresentou recuo, segundo os levantamentos (Foto: Foto: Álvaro Rezende / Correio do Estado)

O porcentual de pessoas com o nome sujo em Mato Grosso do Sul caiu no ano passado. De acordo com dados da Boa Vista, o Estado apresentou redução de 8,6% no número de consumidores inadimplentes em um ano. Ao mesmo tempo, o indicador de recuperação de crédito também recuou em 8,1%, ou seja, menos consumidores ficaram negativados, porém, os que já estavam inadimplentes continuam.

 

Na comparação mensal, a inadimplência do consumidor sul-mato-grossense caiu 1,1% na comparação de dezembro de 2019 contra o mês anterior. Em Campo Grande, no comparativo de dezembro de 2018 até o mesmo período do ano passado, o indicador cedeu 7,8%. O porcentual de inadimplentes recuou, de um mês para o outro, tanto quanto no Estado (-1,1%). Já o indicador de recuperação de crédito, por sua vez, aumentou 0,1% na comparação mensal de dezembro contra o mês anterior, enquanto na variação anual o indicador diminuiu 11,5%.

 

De acordo com o economista da Boa Vista Flávio Calife, o cenário dos negativados do Estado é de estagnação. “A gente mede o fluxo de entrada e saída dos inadimplentes no nosso banco de dados. Ao mesmo tempo que tivemos a redução da entrada de novas dívidas, também diminuiu o número de pessoas que conseguiram recuperar o crédito, ou seja, não conseguiram pagar as dívidas. Isso é reflexo da redução de consumo”, explicou o economista.

 

Em Dourados, a inadimplência do consumidor recuou 0,5% na comparação mensal de dezembro contra o mês anterior, de acordo com os dados da Boa Vista, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador cedeu 12,8%. A recuperação de crédito do consumidor na cidade aumentou 0,3% na comparação mensal de dezembro em relação a novembro, enquanto na variação interanual (mesmo mês do ano anterior) o indicador obteve queda de 14,6%.

 

“São vários fatores que levam a essa situação de redução no consumo, como desemprego, cenário econômico, consumo fraco, etc. Em algumas regiões do País já é possível perceber mudanças, não no acumulado do ano, mas na comparação mensal. Nestes locais já é possível perceber uma queda da inadimplência e aumento da recuperação”, afirmou Calife. 


NACIONAL

O levantamento da Boa Vista aponta que no País a inadimplência do consumidor recuou 2,6% ao longo de 2019. No comparativo mensal, dezembro apresentou variação negativa de 1,4% em relação a novembro. Quando comparado o resultado contra o mesmo mês de 2018, o indicador caiu 0,7%.

 

Em 2019, todas as regiões registram queda na inadimplência: Sul (-5,2%) , Centro-Oeste (-3,8%), Nordeste (-2,6%), Sudeste (-1,8%) e Norte (-1,4%). Na comparação mensal, somente a região Nordeste apresentou alta ao variar 0,9%.

Conforme a Boa Vista, a queda da inadimplência observada a partir do fim de 2016 pode ser explicada pela maior cautela das famílias, pela capacidade de endividamento dos consumidores ainda limitada pelo fraco crescimento da renda e pelo efeito defasado da maior seletividade dos bancos no período mais agudo da crise. 

 

PERFIL

A Pesquisa Perfil do Consumidor Inadimplente aponta que o número de consumidores inadimplentes que pretendem fazer novas compras a prazo após quitarem suas dívidas atrasadas caiu de 18% para 15%, quando se compara o 2º semestre de 2019 com o mesmo período de 2018. . Outros 58% afirmam que não pretendem fazer novas compras a prazo (contra 56% no mesmo período de 2018), enquanto 27% ainda não sabem ao certo. 

 

Questionados sobre que tipos de produtos ou serviços geraram a restrição, a maioria indicou o pagamento de contas diversas (27%), seguido de empréstimo pessoal (15%) e custos de alimentação (15%). 

 

Entre os negativados, 28% dos consumidores afirmam que a restrição aconteceu ao comprarem bens ou contratarem serviços cujo pagamento estava atrelado ao boleto bancário. Depois vem o cartão de crédito (24%), o cartão de loja (13%), carnê de financiamento/crediário (13%), empréstimo pessoal (10%), cheque-especial (8%) e cheque pré-datado (4%).

 

ELABORAÇÃO DE INDICADOR

O indicador de registro de inadimplência é elaborado a partir da quantidade de novos registros de dívidas vencidas e não pagas, e o indicador de recuperação de crédito é elaborado a partir das exclusões de registros informadas à Boa Vista pelas empresas credoras.



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