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SÁBADO, 23 DE NOVEMBRO DE 2024
14 de MAIO de 2019 | Fonte: Correio do Estado

Sem-terra retomam invasões no Mato Grosso do Sul

Em nota, Famasul manifestou repúdio e disse que “ações não contribuem para o desenvolvimento do País”.

Integrantes da Associação dos Trabalhadores Rurais Bom Pastor invadiram uma propriedade rural, na região do Bolsão, em Mato Grosso do Sul. De acordo com boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar, a área invadida é um complexo de propriedades que envolve a Fazenda Barraca e Sabiá, localizada há aproximadamente 60 quilômetros do município de Inocência, na divisa com Aparecida do Taboado.

 

Na manhã de segunda-feira (13/05), informações preliminares davam conta de que pelo menos 450 integrantes de movimentos sem-terra haviam invadido as fazendas Tamanduá, em Cassilândia, e Barraca, em Inocência. No entanto, mais tarde, a PM retificou as informações e apresentou registro policial confeccionado às 15h, sobre o fato.

 

Conforme o registro policial, há alguns dias, um homem, identificado como Ailton dos Santos Lemes (38 anos), esteve no 3º Pelotão da PM e solicitou uma vistoria da polícia na fazenda Barraca, para que segundo ele, fosse comprovado que a propriedade está abandonada.

 

Narra o boletim que o homem foi informado que tal vistoria não é feita pela Polícia Militar. Depois, já na manhã de ontem (13/05), por volta das 10h, os policiais receberam denúncia de invasão da propriedade e foram até o local, onde  conforme o registro, encontraram cerca de 20 pessoas dentre elas, Ailton, que se apresentou como responsável pelo movimento. 

 

No boletim, os policiais afirmam que foram até a sede, onde encontraram o caseiro e acabaram informados que a propriedade pertence a Gabriel Garcia Sobrinho, residente na cidade de Santa Fé do Sul (SP). Ainda conforme o registro, o caseiro disse também que o proprietário da fazenda estava ciente da invasão e iria até o Fórum da cidade de Paranaíba para tomar as devidas providências. 

 

O Correio do Estado tentou contato com o proprietário da fazenda e com o suposto líder do movimento, no entanto, não houve retorno. Até a publicação desta reportagem, não havia registro de conflito ou reintegração de posse na propriedade.

 

Por meio de nota, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul) manifestou repúdio em relação a invasão e disse que expressa preocupação sobre a ação das pessoas que estão acampadas nas propriedades. “Na avaliação da Federação, não há legitimidade nos atos que ocorrem justamente no momento em que as diretrizes do atual Governo Federal buscam garantir o direito de propriedade e respeito à legislação vigente. Ações como essas, de aparente cunho duvidoso, não contribuem para o desenvolvimento do país e visam desestabilizar e desestruturar a paz e segurança no campo”, informa a nota.

 

SUSPENSA

No mês de março, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) suspendeu, por tempo indeterminado, a reforma agrária no Brasil. Na época, a informação era de que 250 processos de aquisição de terras que tramitam no instituto seriam afetados. 

 

Entre 2018 a 2019, o orçamento destinado à aquisição de imóveis rurais para a reforma agrária reduziu 50%, caindo de R$ 83,7 milhões para R$ 42 milhões. Em 2015, o valor destinado para aquisição de imóveis era de R$ 800 milhões. 

 

O Incra informou que nenhum assentamento foi criado e nenhum imóvel foi desapropriado nos cinco meses do governo Bolsonaro. O Instituto tem atuado apenas na segunda etapa da reforma agrária, em legalizações de terras que já foram desapropriadas e emissão de títulos definitivo de posse da terra.



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