O anúncio da construção da Usina Termelétrica Onça Pintada no município de Três Lagoas (MS), que terá investimentos de R$ 350 milhões e será a primeira usina geradora de energia a partir de biomassa de eucalipto a entrar em operação em Mato Grosso do Sul, vai ao encontro do trabalhado desenvolvido pelo ISI Biomassa (Instituto Senai de Inovação em Biomassa) para oferecer toda a infraestrutura necessárias às indústrias que buscam matrizes energéticas mais limpas e eficientes.
Na avaliação do diretor-regional do Senai, Rodolpho Caesar Mangialardo, é um grande orgulho para a instituição ter um instituto credenciado pela Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) no Estado. “As indústrias de todo o País têm se interessado cada vez mais pelo aproveitamento da biomassa e temos desmitificado esse assunto. Além de realizar parcerias com outros Institutos de Inovação do Senai e com indústrias no desenvolvimento de projetos, envolvendo sustentabilidade, área química e energia renovável com biomassa”, afirmou.
Ele acrescenta que a da UTE Onça Pintada também é uma oportunidade de mostrar às demais indústrias do Estado e do País o potencial do ISI Biomassa quanto ao desenvolvimento de projetos ligados geração de energia, mas também na área química. “O Senai orgulha-se desse Instituto aqui no Estado e precisamos cada vez tornar as empresas competitivas e sustentáveis”, destacou, lembrando que Mato Grosso do Sul tem mais de um milhão de hectares de eucalipto plantados e existe todo um processo para que se busque cada vez mais aproveitar esse maciço florestal, não só na produção de celulose, mas também na produção de energia, que é uma área que vem recebendo investimentos de diversas empresas.
Segundo a diretora do ISI Biomassa, Carolina Andadre, indústrias do segmento da mineração, papel e celulose e outros têm esboçado uma tendência de utilização de novas fontes de energia. “Nesse sentido, o ISI Biomassa pode exercer papel chave, trazendo tecnologia e inovação para o sucesso das indústrias da região no que diz respeito à geração de energia a partir da biomassa, entre elas, a UTE Boca do Onça, já que temos capacidade de desenvolver um projeto para isso”, ressaltou.
Ela reforçou que o ISI Biomassa se coloca à disposição das empresas interessadas em projetos de inovação com foco em energia. “Estamos prontos para apoiar a indústria e contamos com uma excelente infraestrutura, equipamentos modernos e equipe técnica multidisciplinar altamente capacitada para desenvolver esses projetos em parceria com as indústrias”, completou.
Compartilhamento de risco
Carolina Andrade acrescentou que a Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) disponibiliza R$ 10 milhões em recursos para o ISI Biomassa para desenvolvimento de projetos de inovação em parceria com empresas na área de energia. “Nossa área é energia e sustentabilidade e o objetivo é alavancar a inovação no País e desenvolver a indústria brasileira. Essa parceria significa o compartilhamento do risco dos projetos de inovação que o Senai também assume”, destacou.
Ela explicou que o financiamento da instituição obedece a seguinte regra geral: a Embrapii pode compartilhar o valor total dos projetos de inovação em até 1/3, enquanto o restante é dividido entre a empresa contratante e o ISI Biomassa. “Então são um total de R$ 30 milhões, sendo R$ 10 milhões da Embrapii, R$ 10 milhões do Senai e R$ 10 milhões das empresas interessadas em desenvolvimento de projetos de inovação”, afirmou.
Ainda conforme a diretora do ISI Biomassa, a principal vantagem é a possibilidade de acesso imediato aos recursos disponibilizados. “Diferentemente de editais de inovações, em que os projetos precisam ser submetidos à aprovação e atender aos requisitos do edital, esses recursos da Embrapii já estão disponíveis para serem utilizados. Basta que o empresário procure o Senai para desenvolvermos o projeto de inovação”, acrescentou.
Instalações
Inaugurado em dezembro de 2017 no município de Três Lagoas (MS), o ISI Biomassa ocupa área de 4.500 m², distribuída em um Laboratório de Processos Químicos, dois de Preparo de Matérias Primas, um de Microbiologia, um de Bioquímica e Biologia Molecular, quatro plantas piloto para Processos Biotecnológicos, uma área piloto para Processos Químicos e um Laboratório de Análise Instrumental, como suporte aos demais.
Além disso, o Instituto foi dividido em quatro áreas: Energia e Sustentabilidade; Desenvolvimento de Materiais Orientados a Produtos; Utilização de Resíduos e Engenharia de Processos e Biotecnologia Industrial; e Engenharia de Bioprocessos. Essas áreas atendem as demandas dos setores de papel e celulose, sucroenergético, biocombustíveis e biodiesel e químico.