Afetada por veranicos – períodos de estiagem que em alguns locais chegaram a 25 dias combinados com altas temperaturas, e pela redução de investimentos nas lavouras, a produção de soja de Mato Grosso do Sul no ciclo 2018/2019 deve cair 6,1% frente a da temporada passada. A quantidade deve recuar das 9,600 milhões de toneladas para 9,012 milhões de toneladas.
A projeção é do quarto levantamento de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que foi divulgado na quinta-feira (10/01).
A Conab aponta que nesta safra ocorreu um aumento de 5,4% na área cultivada com a oleaginosa em Mato Grosso do sul, que passou dos 2,672 milhões de hectares para 2,816 milhões de hectares. Em contrapartida, deve ocorrer uma redução da produtividade de 10,9%, de 3.592 quilos por hectare – 59,8 sacas por hectare, para 3.200 quilos por hectare – 53,3 quilos por hectare.
A companhia credita essa redução expressiva na produtividade, que consequentemente vai impactar na produção a dois fatores. O primeiro a redução dos investimentos de alguns produtores nas lavouras, em razão da alta dos preços dos insumos que ocorreu com o aumento do dólar no ano passado. A segunda ao reflexo dos efeitos climáticos – veranicos, registrados entre o fim de novembro e dezembro nas regiões central e sul do estado.
Nestas regiões, algumas lavouras chegaram a ficar 25 dias sem chuvas, o que junto com elevadas temperaturas, acima dos 35ºC, provocou o aumento da evapotranspiração das plantas, justamente em um período em que elas estavam nas fases de floração e enchimento de grãos.
“Houve a antecipação da maturação das lavouras mais velhas que foram semeadas em setembro e início de outubro, prejudicando também a floração e enchimento de grãos das demais lavouras. A definição geral das perdas só será possível após a normalização do clima, pois está ocorrendo muita variabilidade com municípios que apresentaram de 12 a 25 sem chuvas”, apontaram os técnicos da Conab no levantamento.
Ao fazer uma avaliação geral da situação das lavouras de soja do estado, a companhia aponta que 35% estão boas, 55% seguem em situação regular e 10% tem uma evolução ruim.