Estiagem prolongada registrada em municípios das principais regiões produtoras do milho safrinha de Mato Grosso do Sul começa a preocupar produtores e leva analistas da Federação de Agricultura e Pecuária (Famasul) a rever para baixo as estimativas da safra deste ano. Em decorrência da situação de deficit hídrico constatada em quatro regiões acompanhadas pelo Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio (Siga), a estimativa é de que as lavouras de milho sul-mato-grossenses comecem o mês de maio com volume de produção de grãos inferior ao projetado no início da safra.
A queda estimada é de 200 mil toneladas, passando de 8,6 milhões para 8,4 milhões de toneladas. A produtividade, de 85 sacas por hectare, também deve recuar para 83 sacas por hectare. Os dados, repassados pelo engenheiro agrônomo e analista técnico em agricultura da Famasul, Leonardo Carlotto, refletem os efeitos do tempo seco no Centro-Sul, em regiões do Estado consideradas importantes para a cultura e que têm sido mais prejudicadas até o momento.
Conforme informações da circular da Associação dos Produtores de Soja de MS (Aprosoja-MS), a cultura do milho já está com problemas de falta de chuvas nas regiões Centro-Oeste (que abrange os municípios de Sidrolândia, Maracaju, Jardim e Bonito) – nesta região, inclusive, alguns produtores relatam que já estão há mais de 20 dias sem chuva na propriedade –; Sudoeste-Fronteira (Itaporã, Maracaju, Ponta Porã e Bela Vista), Sul (Dourados, Itaporã, Fátima do Sul e Vicentina) e Sul-Fronteira (Ponta Porã e Aral Moreira).
“São municípios com grandes áreas de plantio, onde ficam municípios como Sidrolândia, Maracaju, Rio Brilhante, Itaporã, que respondem por 25% da área plantada da região”, destacou.