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SÁBADO, 30 DE NOVEMBRO DE 2024
25 de MAIO de 2017 | Fonte: Correio do Estado

Mulher diz que matou marido porque ele não aceitava filho gay

Perícia no carro e na casa da família ajudou a identificar Kátia Castro
Givaldo Domingues da Silva de 44 anos era servidor público - Foto: Reprodução

Kátia Regina de Castro, de 42 anos, confessou o assassinato do marido, Givaldo Domingues da Silva, de 44 anos, encontrado morto às margens da rodovia BR-262, no último dia 11 de maio, em Campo Grande.

 

Vítima que era servidor público e teria sido morto após discussão envolvendo a orientação sexual do filho do casal, um adolescente de 15 anos. Pelo menos essa é a versão de Kátia informada à Polícia Civil.

 

Conforme o delegado da 5ª Delegacia de Polícia Civil, Jairo Carlos Mendes, as investigações apontavam que a principal suspeita de praticar o crime era a viúva do ex-funcionário da Agência Municipal de Trânsito (Agetran). “Ela entrou em contradição algumas vezes e o cerco começou a se fechar. Ela e o advogado negociaram e resolveu se apresentar”, disse Mendes.

 

Primeiro fato que começou a levar a apuração em direção à Kátia foi filmagens de uma câmera de segurança do posto de combustível onde a motocicleta de Givaldo foi encontrada. Nas imagens, uma mulher apareceu abandonando o veículo.

 

Após série de depoimentos de testemunhas, a polícia solicitou apreensão do veículo da família, um Gol. Depois de análise pericial com luminol (produto químico que reage ao ter contato com ferro), foi possível identificar a presença de sangue humano no banco dianteiro do passageiro.

 

Além disso, grande vestígio de sangue havia sido encontrado na cozinha da residência do casal. “A perícia na casa deles ainda está sendo concluída, mas me adiantaram que sim, há a presença de sangue na casa”, disse o delegado Jairo.

 

CONFISSÃO

 

Ontem (23), ela e o advogado se apresentaram na unidade policial e entregaram a arma do crime, uma faca de cozinha. Kátia contou sua versão dos fatos e o que teria motivado o assassinato.

 

De acordo com a principal suspeita, o crime aconteceu depois de o casal discutir sobre a orientação sexual do filho, um jovem de 15 anos, que se assumiu homossexual. Conforme Kátia, Givaldo não aceitava e teria falado por diversas vezes que “preferia um filho morto, a ter um filho gay”.

 

No dia do assassinato, no horário de almoço do dia 8 de maio, no Bairro Cophavilla II, enquanto o filho estava em um treino esportivo, o casal começou a discutir, pois o servidor exigia uma atitude da mulher para com o filho. Depois das agressões verbais houve violência física.

 

Ainda conforme Kátia, marido teria a segurado por trás e apertado seus ombros. A perícia identificou que, de fato, houve lesão e que pela aparência, a data que o machucado foi cometido remete ao período do assassinato.

 

Depois disso, a mulher pegou uma faca e desferiu inúmeros golpes em Givaldo. “Ela não soube informar quantas facadas foi e nem em quais partes do corpo ele foi atingido. Aguardamos laudo pericial para poder identificar, pois o corpo já estava em estado de decomposição e no momento não dava para constatar”, relatou o delegado.

 

OCULTAÇÃO DO CORPO

 

Kátia, depois de perceber quer havia assassinado o marido, deu início ao processo de desovar o corpo. Como relatou em coletiva de imprensa, o delegado Jairo Mendes descreveu o que a viúva disse em depoimento.

 

“Ela disse que ao ver o corpo, pegou uma carriola e rolou o corpo de Givaldo. Então, ela pegou muito plástico e forrou o banco do carro, seguindo então para a rodovia, onde deixou ele lá”, relatou.

 

No dia em que o corpo foi encontrado, Kátia chegou a ir até a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) fazer o reconhecimento do corpo.

 

Testemunhas afirmaram que relação do casal já foi conturbada, devido a traições por parte de Givaldo. De acordo com o delegado, ciúmes não é a primeira linha de investigação da polícia para identificar a motivação do crime.

 

Por colaborar com as investigações, ter residência fixa e bons antecedentes, a mulher responderá por homicídio doloso e ocultação de cadáver em liberdade. “Por mais cruel que tenha sido o crime, a polícia segue o que a lei manda”, finalizou Jairo.



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